Imperial Roller: grupo que se reúne para patinar em Petrópolis busca apoio do município

Por Aghata Paredes | Fotos: Divulgação

Fundado em 2021, o Imperial Roller vem se consolidando na cidade como um grupo dedicado à prática de patinação em Petrópolis. O projeto, que começou de forma despretensiosa, como uma reunião de amigos, hoje atrai patinadores de diversas faixas etárias e níveis de experiência. “Nos encontramos em plena pandemia e vimos na patinação uma forma segura de socializar e praticar um esporte ao ar livre”, explica Mariana Thomé da Cruz, 30 anos, engenheira de projetos na GE Celma e uma das administradoras do projeto.

Os encontros da Imperial Roller acontecem às quintas-feiras, às 19h, na Praça da Liberdade, em um espaço próximo ao Marowil. Com uma média de 10 a 20 participantes regulares, o grupo já chegou a reunir 60 patinadores em eventos maiores. “O público é muito diversificado. Temos desde crianças a idosos, mas a faixa etária predominante está entre 20 e 40 anos”, observa Mariana.

Apesar do crescimento do projeto, o grupo enfrenta desafios significativos. A falta de patrocínio e de infraestrutura adequada são alguns deles. “Nossas ruas são muito precárias, tanto em termos de pavimentação — com muitos buracos e asfalto de baixa qualidade — quanto em relação à segurança. Não há ciclovias, e a ciclofaixa da Barão não é respeitada por muitos motoristas e motociclistas, o que nos impede de aproveitar os espaços urbanos adequadamente. Para praticarmos o urban [passeios longos pela cidade], precisamos ir às ruas em horários de menor movimento, como nas madrugadas de domingo, para reduzir os riscos. Gostaria de poder me locomover pela cidade de patins e deixar o carro de lado, unindo mobilidade urbana à prática de atividade física e contribuindo para um menor impacto ambiental”, explica. Além disso, muitas pessoas interessadas em participar não têm patins ou condições de investir no equipamento. “Como somos um grupo independente, não temos recursos para emprestar patins ou financiar essas necessidades”, complementa.

Foto: Divulgação – Integrantes da Imperial Roller exibem com orgulho suas camisas personalizadas, criadas pelo designer Lucas Gonçalves, um dos integrantes do grupo.

Segundo a petropolitana, o grupo está buscando patrocínio por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, o que os permitiria ter mais recursos, como equipamentos para empréstimo e a possibilidade de organizar eventos maiores em Petrópolis. Além disso, ter um espaço fixo e coberto é um grande sonho da Imperial Roller. “Já buscamos apoio da Secretaria de Esportes, dos shoppings da cidade, de quadras particulares e de escolas públicas. No entanto, os lugares disponíveis são pagos, o que está fora da nossa realidade devido à falta de patrocínio, ou têm programação fixa, como a quadra do Colégio Estadual Pedro II. Também tentamos formar uma parceria com a Casa de Portugal, que abriga o time de hóquei sobre patins da cidade, mas ainda sem sucesso. Sabemos que conseguir um espaço desse tipo abriria muitas portas, tanto para consolidar nosso projeto quanto para buscar patrocínios e manter os patinadores motivados, além de atrair novos membros para o grupo”, conta.

Apesar destes desafios e do clima instável de Petrópolis, que frequentemente leva ao cancelamento de atividades ao ar livre, a receptividade do público tem sido positiva. A petropolitana relata que o grupo é frequentemente abordado por curiosos e entusiastas durante as sessões de urban. “As pessoas ficam intrigadas e gostam de saber quem somos. Alguns lugares que frequentamos com mais frequência até já nos conhecem e estranham quando chegamos sem os patins”, comenta.

A paixão pela patinação pode até motivar os encontros da Imperial Roller, mas é o desejo de fazer novas amizades que realmente os sustenta. “Pessoalmente, a Imperial foi muito importante para mim. Quando comecei a patinar com o grupo, estava voltando a morar em Petrópolis após um tempo fora e passando por um momento complicado na minha vida pessoal. Conheci muitas pessoas legais, com quem criei vínculos de amizade muito fortes, e também conheci meu namorado através da patinação”, conta Mariana. 

Para quem está começando, o grupo oferece suporte e, claro, incentivo. “Promovemos uma aula com uma professora de patinação do Rio de Janeiro recentemente, o que ajudou muito a melhorar nossa didática, especialmente para os novos integrantes. É muito gratificante ver a evolução dos iniciantes e quando eles começam a nos acompanhar em passeios mais avançados pela cidade.” Hoje, dois anos depois, ela destaca como o grupo fomenta trocas valiosas. “Vários grupos de amigos bem próximos se formaram graças à Imperial, além do clima de acolhimento que fazemos questão de proporcionar.”

Questionada sobre o que enxerga de mais bonito na existência da Imperial Roller, a petropolitana ressalta: “O ambiente acolhedor é o que mais prezamos dentro do grupo, e acho que esse é o nosso diferencial. Todos são bem-vindos, não importa a idade, o gênero ou o nível de experiência. Essa diversidade enriquece muito a nossa vida, e acredito que, para além da patinação, essa é a maior qualidade da Imperial Roller”, conclui.

Para aqueles que desejam se juntar ao grupo, a Imperial Roller está no Instagram (@imperialroller) e também no canal do YouTube, Pato Patineiro, administrado por Lucas Gonçalves, um dos membros do projeto.

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