Importante para a economia de Petrópolis, Turismo já registra demissões em meio à pandemia

01/04/2020 20:30

Responsável por cerca de seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Petrópolis, o setor de turismo é um dos que mais vem sofrendo economicamente desde que os primeiros casos de coronavírus começaram a ser registrados na cidade. Do dia 16 de março, quando as primeiras medidas de restrições foram impostos para tentar impedir o avanço da doença, até o dia 31, vários meios de hopespedagem fecharam e, ao menos oito deles, demitiram: já foram 88 demissões e a previsão é que mais desligamentos aconteçam até o fim de abril.

“Não há como prever algo como isso. Fechei meu hotel no meio de março e não tenho previsão de quando irei reabrir. A expectativa é maio, mas o que vamos enfrentar quando tudo isso acabar? O que está por vir pode ser ainda pior”, disse o empresário Rogério Elmor, proprietário do Bomtempo Resort, em Itaipava. Dos 37 funcionários, 10 já foram demitidos. “Concedi férias para alguns e, com outros, estou cancelando os contratos. As reservas foram canceladas e abril, que era para ser um mês de melhor movimento, não tenho a menor ideia de como será. Mesmo que tudo volte ao normal, será que as pessoas vão conseguir viajar?”, questionou o empresário.

Outro estabelecimento que sofreu com as conseqüências da pandemia foi o Caminho Real, localizado na BR-040. O hotel fechou definitivamente as portas e demitiu cerca de 40 funcionários. Em nota enviada à Tribuna, a assessoria de imprensa ressaltou que a decisão foi comercial dos investidores e que “no momento os gestores estão focados em honrar todos os compromissos previamente assumidos com colaboradores, clientes e fornecedores, com o profissionalismo, a transparência e o respeito que sempre nortearam as operações”.

As demissões também atingiram os funcionários do hotel do Castelo de Itaipava.  Três funcionários foram desligados no fim mês passado. “Operávamos sempre com 95 a 75% da nossa capacidade, mas, depois da pandemia, os hóspedes começaram a cancelar as reservas. O que estamos tentando fazer é adiar essas reservas, remarcando as datas para evitar mais perdas econômicas”, disse o gerente de marketing Leonardo Divan.

De acordo com dados do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PC&VB), na sexta-feira, dos 36 meios de hospedagem associados a entidade, 19 estavam fechados e pelo menos oito já tinham demitido funcionários. Outros estabelecimentos, que ainda estavam de portas abertas na semana passada, tendem a fechar nesta semana, já que o mês de março terminou e não há hóspedes. 

“Não há dúvidas sobre a necessidade de preservar a saúde da população, mas a demora do poder público, nas esferas federal, estadual e municipal, em anunciar medidas para estancar essa crise ou ao menos minimizar seus impactos começa a inviabilizar a manutenção dos negócios. Estamos vendo hotéis e pousadas de portas fechadas e, infelizmente, já começando a demitir funcionários. As contas estão chegando e, sem receita, os empresários não têm como arcar com os custos. Estamos falando de contas de luz, água, imposto, folha de pagamento e muito mais. É triste ver este cenário e, ainda mais, saber que isso também está acontecendo em vários outros setores”, lamentou o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Samir El Ghaoui.

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A entidade, junto a outras, vem pleitendo pedidos junto aos governos Federal, Estadual e Municipal para evitar um colapso econômico no setor. Entre os pleitos estão a inclusão do segmento hoteleiro no critério de desoneração da folha de pagamento; a isenção dos tributos; as linhas de créditos com taxa zero e acordos coletivos dos segmentos ligados ao turismo para o governo federal. Para o Estado foram solicitados mais prazo para pagamento dos serviços de luz e telefonia e para a Prefeitura a isenção ou dilatação de prazo para o pagamento de IPTU, ISS e água; a ajuda de custo para microempreendedores individuais e autônomos por três meses mediante comprovação de atuação no trade turístico e a maciça e ampla divulgação de Petrópolis, em todas as mídias como destino turístico e de compra, após a crise.

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