In Memoriam de Dom Pedro Gastão e Dona Esperanza

28/10/2020 12:35

 

 

Parte I/IV

Nasci na bucólica e idílica Cidade de Três Rios RJ, o maior entroncamento rodoferroviário do país, que dista daqui cerca de cinquenta quilômetros, no entanto, desde tenra idade fui habituado a visitar esta encantadora Cidade, onde nunca me faltaram a participação às missas celebradas na Catedral São Pedro de Alcântara, à Igreja do Sagrado Coração de Jesus (ainda com todos os ícones religiosos originais) e à bela Matriz de Cascatinha. Uma parte do dia era reservada às visitas ao Museu Imperial e demais pontos turísticos, sem falar do delicioso lanche que sempre fazíamos na Casa D’Ângelo e não obstante o decurso de mais de meio século, estão vivos em minha memória. Eram gostosas as torradas Petrópolis e generosas as porções de queijo, os caramelos famosos, aqui e alhures. Como todo turista que se preza, passeávamos nas “Vitórias” que nós infantes dizíamos “Carruagens”, àquela época bem cuidadas, inclusive os cavalos, a mim pareciam saudáveis e hoje não mais existem por determinação legal. Eram Para nós crianças, e ainda o é  fascinante, convivermos com a arte e a história vivas, ao alcance de meus olhos e de minhas mãos presentes em cada hortênsia ou lírios espalhados por nossas ruas e casarios centenários. Era um privilégio. E o tempo foi passando, até que chegou o momento do vestibular em 1969 e, em janeiro de 1970 aqui cheguei, mercê de Deus e sob o pálio da Mãe Maria dessa vez para ficar. Meu primeiro porto foi em Cascatinha, Segundo Distrito. À mesma época (1970) fui convidado por Lester Carneiro, Diretor do Jornal de Cascatinha para escrever uma página naquele quinzenário, depois semanário. Ali dei continuidade as minhas lides jornalísticas, assim como na Revista Social, Revista Hortênsias, Revista de Petrópolis, Gazeta Regional, Ubá, MG, já que iniciara na impressa (66/67). Em Três Rios, vez por outra ia ao Entre-Rios Jornal, colaborava com o jornal “O Castoróide”, sem contar a imprensa estudantil à época. Decorridos 52 anos continuo ininterruptamente a escrever para aquele octogenário órgão da imprensa local e colaborando com a Tribuna de Petrópolis e o Diário de Petrópolis, dentre outros. Mais tarde minha família veio residir ‘a Rua Manoel Corrêa, uma das transversais com a Rua Tereza, área estritamente residencial. Era comum sermos brindados com a querida presença de Dom Pedro Gastão de Orleans e Bragança, passeando a cavalo por “nossa rua”, sempre elegante, saudando a todos com o peculiar sorriso e simpatia. Defensor ferrenho defensor da ecologia ficava admirado com o verde que preservamos em nosso Condomínio e com a fonte de água pura e cristalina que ali existe e é cuidada com zelo. Quantas vezes estando em visita aos amigos da Família Montenegro Lage, notadamente ao Casal Dorothy e Dee Jackson, residentes à Rua José Bonifácio, esquina com a Ipiranga era comum lá estar o Embaixador Renato de Mendonça, o Ministro da Fazenda Eugênio Gudin Filho, dentre outros; nessa ocasião avistávamos com Dom Pedro em seus passeios ora matinais ora vespertinos e quantas vezes, nós ficávamos a sonhar, junto à legião de admiradores de S.A.I.R. sobre a possibilidade de Petrópolis se tornar um Principado, a exemplo de Mônaco! 

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