Inauguração de novos leitos de UTI reduz pressão sobre sistema de saúde: são 58 as vagas para pacientes com Covid-19
Dos 58 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública de saúde de Petrópolis exclusivos para o tratamento de Covid-19, 22 estavam ocupados até o inicio da tarde desta terça-feira (4). Oito pacientes estavam internados no Hospital Municipal Dr. Nelson de Sá Earp (HMNE), 10 no Clínico de Corrêas (HCC) e quatro no Nossa Senhora Aparecida (antiga Casa Providência).
Para a secretária de Saúde, os leitos que foram inaugurados no Hospital Nossa Senhora das Graças (37 no total que foram inaugurados neste fim de semana), deixaram a cidade em uma situação mais confortável. “Estávamos no limite da nossa capacidade, mas depois da inauguração desses leitos de UTI conseguimos uma situação mais tranqüila, claro, se mantivermos os nossos números e as pessoas continuarem cooperando e ficando em casa”, disse Fabíola.
De acordo com a secretária, o HMNSE conta com 10 leitos de UTI, o HCC com 11 e o Nossa Senhora Aparecida com 37. Segundo ela, todas essas vagas constam no plano de contingência da Prefeitura e nos relatórios diários enviados a Defensoria Pública. Além desses, a rede conta com outros 17 leitos de Unidade de Terapia Intensiva no SMH e Santa Teresa. Essas vagas foram pactuadas entre a Prefeitura e as unidades particulares, no entanto, não são exclusivas para tratamento de Covid-19.
Na semana passada, a Tribuna encontrou divergências nos números divulgados pelo governo municipal e os que são enviados à Defensoria Pública, principalmente com relação aos leitos no SMH e Santa Teresa. A secretária explicou que essas vagas estão pactuadas, mas não são exclusivas do município para pacientes com suspeita ou confirmação de coronavírus.
“Esses leitos estão disponíveis, mas eu só vou usá-los em caso de necessidade extrema. Não são vagas exclusivas porque senão teríamos que pagar por elas mesmo não usando e a pactuação feita nessas unidades é que eles possam ser usados em caso de necessidade. A prioridade é internar nos hospitais da rede pública – HMSE, HCC e, agora, no Nossa Senhora Aparecida”, explicou a secretária.
Fabíola disse também que esta semana começou uma padronização das informações que são enviadas pela Central de Regulação e depois encaminhadas para a Defensoria. Na semana passada, chamou a atenção que no relatório não havia informações detalhadas sobre os leitos do SMH e HST. “Estas vagas ‘sumidas’, ao que tudo indica, com todas as informações que temos, estão sendo usadas para outros problemas de saúde, que infelizmente não entram na estatística desta crise. Infelizmente, infartos, acidentes, urgências referentes a câncer, etc. não pararam e exigem atenção. Estamos monitorando esta situação e, se houver algum desvio, exigiremos esclarecimentos”, disse em entrevista a Tribuna na semana passada, o defensor público Leonardo Meriguetti, que acompanha as ações.
A secretária afirmou ainda que o Hospital Alcides Carneiro (HAC) não interna pacientes com Covid-19, com exceção da maternidade e da pediatria, por ser referência. Ela disse também que existem protocolos que os médicos das UPAs (Centro, Cascatinha e Itaipava) devem seguir para impedir que os pacientes fiquem mais de 24 horas internados nessas unidades aguardando vagas. “Na semana tivemos duas denúncias de pessoas que estavam nas UPAs, mas elas só não foram internadas em um prazo menor porque os médicos não concluíram o diagnóstico e inseriam no sistema. Estamos reforçando com eles a importância de seguirem os protocolos para que esses pacientes sejam transferidos o mais rápido possível”, explicou Fabíola.