Índia: funcionário do governo é suspenso após drenar reservatório para encontrar celular
Um funcionário do governo no estado de Chhattisgarh, no leste da Índia, foi suspenso na sexta-feira, 27, depois de drenar a água de um reservatório para recuperar seu celular perdido. Rajesh Vishwas estava de férias perto da represa e tentou tirar uma selfie, quando seu telefone caiu no reservatório de 3 metros de profundidade, segundo o “The Indian Express”.
O telefone, um Samsung S23 ultra no valor de 95 mil rupias (cerca de R$ 5.746), havia sido comprado há dois meses pelo inspetor de alimentos, que trabalha na cidade de Pakhanjur, no distrito de Kanker. Inicialmente, alguns moradores locais mergulharam em busca do telefone. Sem resultado, os ajudantes sugeriram que Vishwas drenasse alguns metros de água para facilitar a procura, disse o funcionário do governo para o The Indian Express.
“Liguei para o oficial subdivisional do Departamento de Recursos Hídricos, que deu permissão oral para a drenagem, já que era apenas alguns metros de água. Na noite de terça-feira, 23, aluguei uma bomba a diesel por 7.500 rupias e drenei cerca de um metro de água do reservatório em um período de dois dias”, relatou.
Os esforços foram em vão, visto que o telefone foi encontrado, mas não funcionava mais. Sem o aparelho telefônico, Vishwas ainda foi suspenso do trabalho. Após a notícia ganhar repercussão, ele foi temporariamente afastado de seu cargo por ter “aproveitado mal sua posição”. Ao The Indian Express, Priyanka Shukla, autoridade distrital de Kanker, disse: “O oficial não tinha autoridade para drenar a água. Portanto, ele foi suspenso”.
Segundo a mídia local, a ordem de suspensão declarava que Vishwas “abusou de sua posição para procurar seu telefone celular” e, sem pedir permissão ao oficial competente, “evacuou milhares de litros de água neste verão escaldante”, o que “é inaceitável”.
O caso ganhou uma repercussão negativa especialmente pelo fato de que a Índia é um país propenso à seca e é conhecido por temperaturas ardentes no verão. O acusado, porém, disse que a mídia “exagerou”. “A água do reservatório é usada apenas por piqueniques para banho e não para irrigação ou finalidade semelhante”, argumentou Vishwas.
No entanto, autoridades de Kanker rebateram afirmando que a água poderia ter sido usada por aldeões e animais durante o calor extremo.