Indústrias mantém 15,7 mil postos de trabalho e há perspectiva de crescimento na cidade
Maior economia da Região Serrana e 8ª no Estado, Petrópolis tem na indústria 23,36% do trabalho formal, de carteira assinada. A perspectiva é o estado avançar em 1,1% o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 pelo segundo ano consecutivo. Na economia da cidade representa R$ 140 milhões a mais no ano. O índice é uma projeção da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) e dá mais estabilidade aos mais de 15,7 mil empregos em 1.118 indústrias – de micro a grande portes na cidade.
Um dos setores mais expressivos na produção industrial é o de metal-mecânica. São 5 mil empregados em quase 150 empresas de todos os portes, sendo as maiores GE-Celma e Alfa Laval (Aalborgh). As grandes empresas, como estas, têm foco no mercado internacional, porém as de pequeno e médio portes, vendem para o mercado interno.
“Temos uma recuperação lenta, porque depende do mercado interno, mas é uma recuperação”, analisa o assessor do Sindicato das Indústrias Metal-Mecânica de Petrópolis, Camilo Garrido. Ele aponta a dependência de uma ascensão mais expressiva a muitos fatores na economia e política nacional, porém acredita em recuperação este ano, com projeção de mais otimismo em 2020.
No setor gráfico, onde estão 800 pessoas empregadas em 42 empresas de pequeno e médio portes, também há otimismo, mas com projeções diferentes para dois segmentos. O mercado editorial espera crescimento do mercado interno para evoluir; já o de embalagens e produtos gráficos promocionais já está sentindo um crescimento – desde fevereiro – de 10%.
Valter Zanacolli, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas de Petrópolis e vice-presidente da Representação Regional da Firjan, afirma que há expectativa de reaquecimento do setor no segundo semestre, principalmente no mercado promocional. “Temos empresas que prestam serviços de qualidade em todos os setores, tanto o gráfico editorial, o de embalagens e promocional que realizam serviços para outros estados. São serviços de excelência e que podem e devem ser usados principalmente pelos petropolitanos”, analisa Valter Zanacoli, que também é assessor jurídico da Editora Vozes.
Área industrial é responsável por 23,36% dos empregos de carteira assinada na cidade
O empresariado no estado do Rio ainda precisa driblar a crise interna, além da recessão nacional. “O setor industrial na cidade é muito representativo, tem mão de obra especializada e salários mais altos. É importante para a economia da cidade e a Prefeitura vem fazendo a sua parte para estimular o setor”, aponta o prefeito Bernardo Rossi listando novas licenças para empresas como a Carl Zeiss e apoio na expansão da Fábrica de Telas São Jorge, que abriu mais uma linha de produção na Posse.
O setor metal mecânico é um dos mais expressivos e produz materiais especializados para setores como o hospitalar, segurança, manutenção e até para empresas que usam produtos de solda. “Temos empresas bem tradicionais, como a Matheis Borg que produz ferraduras e uma referência mundial. A expectativa é de um segundo semestre melhor”, afirma Camilo Garrido, assessor do Sindicato das Indústrias de Metal-mecânica.
Microempreendedores, indústria cervejeira e tecnologia: setores em alta
A mudança de perfil econômico da cidade com 21 mil microempreendedores individuais é realidade e vem acompanhada de crescimento de setores como a tecnologia e a produção de cerveja.
São 480 empresas e dois mil postos de trabalho na tecnologia, um faturamento de R$ 355 milhões por ano. Com projeção de crescimento, a Prefeitura lançou o projeto da Lei da Inovação, para dar mais competitividade ao setor.
Já na produção de cerveja, as empresas de micro e pequeno portes investiram R$ 10 milhões em suas produções nos últimos anos. São 15 cervejarias artesanais e mais três empresas em larga escala: Imperial, Bohemia e Grupo Petrópolis, setor que emprega perto de 500 pessoas. Para o segmento, a Prefeitura colocou em vigor em outubro de 2017 a Lei de Incentivo às Microcervejarias e Brewpubs (bares que produzem e vendem a própria cerveja). A legislação estabelece maior simplificação de licenças ambientais e agilidade na instalação dos novos negócios, além de disponibilizar áreas públicas para a comercialização das cervejas, como a Deguste, e estabelecer certificação e reconhecimento pelo poder público.
“A Prefeitura tem feito seu papel de vislumbrar crescimento dos setores e propor leis e incentivos e apoiar as empresas existentes para que voltem a expandir. Esse é um caminho para crescimento econômico que fortalece também a mão de obra qualificada que é formada na cidade. Queremos que os jovens invistam na cidade e estabeleçam suas empresas aqui”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Fiorini.