Inflação deve seguir em queda na zona do euro ao longo de 2024, diz BCE em boletim
A inflação na zona do euro segue em tendência descendente e deve continuar em queda ao longo de 2024, prevê o Banco Central Europeu (BCE), em seu boletim econômico divulgado nesta quinta-feira, 8. A autoridade monetária atribui o movimento à dissipação de choques de energia, ao arrefecimento dos gargalos nas cadeias produtivas e aos efeitos dos juros restritivos.
A instituição entende que a ainda elevada escalada de salários e a redução na produtividade mantêm as pressões de preços ainda altas, embora esses fatores também estejam perdendo força.
“As medidas das expectativas de inflação a mais curto prazo desceram acentuadamente, enquanto as das expectativas de inflação a mais longo prazo se situam, na sua maioria, em torno de 2%”, acrescenta o BCE.
Atividade
Estagnada ao final de 2023, a economia da zona do euro enfrenta uma série de riscos negativos à frente, segundo o boletim. Ainda assim, o BCE ressalta que indicadores preliminares sugerem uma “modesta” melhora na atividade neste primeiro trimestre, antes de acelerar gradualmente ao longo do restante do ano.
De acordo com a instituição, o desempenho até o momento reflete a fraqueza prolongada no comércio global e os efeitos do aperto monetário recente.
O documento também chama atenção para a resiliência do mercado de trabalho, embora alguns dados já apontem um esfriamento, como resultado da economia enfraquecida.
Crédito
As condições de crédito apertaram de forma mais significativa no mercado imobiliário e na área da construção do que em outros setores na zona do euro, revela Banco Central Europeu no mesmo boletim econômico. “A demanda por empréstimos diminuiu em termos líquidos em todos os setores econômicos, especialmente no imobiliário e na construção”, reforça o documento.
Segundo a instituição, os bancos relatam uma melhora no acesso ao financiamento no atacado, mas um aperto no financiamento ao varejo e na securitização no curto prazo.
Medidas regulatórias e de supervisão contribuíram para um aumento na capitalização bancária, ao mesmo tempo em que houve um declínio no excesso de liquidez, ainda de acordo com o BCE.