Inflação global está em convergência principalmente no mundo avançado, diz Campos Neto

14/nov 14:57
Por Francisco Carlos de Assis e Cicero Cotrim / Estadão

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 14, durante abertura do 12º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, que a inflação global está em rota de convergência, principalmente no mundo avançado.

Ao mesmo tempo, segundo o banqueiro central, surgem questionamentos sobre o processo de desinflação na América Latina. Mas, ainda de acordo com Campos Neto, a inflação, em geral, tem subido devido aos preços de alimentos e de energia.

Essa é a primeira fala de Campos Neto depois da divulgação da ata do Copom, na terça-feira, 12, referente à reunião, na semana passada, em que o BC elevou a taxa básica de juros, de 10,75% para 11,25% ao ano.

O presidente do BC também lembrou que, desde o início da campanha eleitoral nos Estados Unidos, o discurso dos dois então candidatos, Donald Trump e Kamala Harris, era inflacionário.

“Precisamos entender o que será feito em termos de protecionismo com a vitória de Trump”, disse Campos Neto, reafirmando não parecer, na visão dele, uma preocupação muito grande com o fiscal nos Estados Unidos. “A deportação de pessoas nos EUA poderia levar a um pico de inflação bastante rápido”, acrescentou.

Transição energética

O presidente do Banco Central voltou a afirmar que uma das grandes contas que o mundo terá que pagar é a da transição energética, e apontou que a desaceleração da inflação nos Estados Unidos continua em andamento, mas ainda enfrenta obstáculos. “A eleição de Trump e dados levaram à percepção de juro terminal maior nos EUA”, disse.

Inflação e juros no cenário doméstico

Ao falar da relação entre inflação e juros no cenário doméstico, ele disse que o Brasil é o único país em que se precifica ajuste monetário forte na curva. “O BC precisa fazer inflação convergir para a meta e esse é o nosso mandato, dado pelo governo”, disse.

Campos Neto também chamou atenção para a geopolítica e fragmentação comercial como fatores de risco para a economia global.

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