14/02/2021 10:39
As imagens de uma injeção vazia da vacina contra a covid-19 em uma idosa, no ponto montado no campus da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), viralizaram em pouco tempo e criaram um grande ponto de interrogação com relação à campanha de imunização em Petrópolis. Desde que o vídeo começou a circular, na tarde de sábado (13), cidadãos petropolitanos estão com várias dúvidas. Este foi só um caso isolado ou outras pessoas também foram enganadas na hora de receber a vacina? E qual seria o destino destas doses, que deveriam estar nas seringas?
Uma das suspeitas foi com relação à criação de um “tráfico da vacina”, ou seja, de que as doses não aplicadas seriam vendidas posteriormente em uma espécie de mercado paralelo. “Devem estar vendendo ou aplicando em parentes. Que bizarro, quantas pessoas que não filmaram e ela não vacinou”, questionou um internauta no post da Tribuna sobre o caso – que gerou mais de 300 comentários, todos revoltados com a situação, em poucas horas.
Até o momento, 7.492 petropolitanos foram vacinados. O vídeo da vacinação fake coloca em xeque também este trabalho: afinal, este foi um caso isolado ou mais pessoas receberam a aplicação sem vacinação? “Minha avó acamada foi ou não vacinada? As pessoas que foram para vaciná-la pediram para minha mãe sair do quarto para não atrapalhar, segundo eles, devido ao espaço. Quando ela chegou na janela, ela já estava aplicando… E agora? Tem algum exame para constatar se realmente ela foi vacinada?”, questionou outro leitor.
Este não foi o primeiro problema durante a campanha de vacinação em Petrópolis. O Ministério Público Federal (MPF) e o estadual (MPRJ) estão investigando denúncias de pessoas que teriam furado a fila, se vacinando antes do momento indicado pelos protocolos do Ministério da Saúde. As irregularidades teriam acontecido no Hospital Alcides Carneiro e outras unidades da rede.
A Prefeitura de Petrópolis informou em nota que afastou a técnica de enfermagem que aplicou a injeção e a mesma prestará esclarecimentos sobre o ocorrido nesta segunda-feira (15).
Maceió mudou protocolo
Após a denúncia se tornar pública, a Prefeitura afastou a pessoa que aplicou de maneira falsa a vacina na idosa e que vai “apurar rigorosamente o caso”. Em outros municípios, porém, houve mudanças efetivas para dar tranquilidade às pessoas de que a vacinação efetivamente aconteça.
Foi o caso de Maceió, onde aconteceu situação parecida com a de Petrópolis. A Prefeitura da capital de Alagoas mudou o protocolo de vacinação, com ampliação da fiscalização, e determinou que o profissional de saúde mostre a seringa cheia antes da aplicação e vazia após o procedimento.