Instituto Histórico de Petrópolis

17/dez 08:00
Por Fernando Costa

O Instituto Histórico de Petrópolis, através de sua direção e membros da instituição, dando prosseguimento às celebrações do octogésimo sexto aniversário de sua fundação, pediu para celebrar às 11h de domingo, dia 8 de dezembro do ano em curso, na Catedral São Pedro de Alcântara, a Santa Missa, presidida por S. Exa. Revma. Padre Luiz Felipe, ao ensejo do 199º aniversário natalício e 133º do falecimento do Imperador Dom Pedro II.

Durante a Santa Missa o quadro do Imperador foi guarnecido por dois soldados do 32º BIL Mth, bem assim a apresentação da Banda do 32ºBIL Mth durante a cerimônia no Mausoléu Imperial.

O coral Bienias & Prim enriqueceu a bela celebração Eucarística e a Catedral onde repousa a Família Imperial cujo templo tem a realçar seu esplendor neogótico adornado, também, pelo presépio a encantar a todos os fieis que ali venham contemplá-lo e recolher-se em orações.

No mausoléu decorado por belo arranjo floral oferecido, como de costume pelo IHP, a cerimônia foi aberta através do pronunciamento da presidente Dra. Elizabeth Maller, seguida das palavras do Pároco Revmo. Padre Adenilson Silva Ferreira e a bênção através do Revmo. Padre Luiz Felipe, seguindo-se da alocução do Diretor Tesoureiro e ex-presidente Dr. Luiz Carlos Gomes, com a participação da Banda do 32º BIL Mth, cuja execução do Hino Nacional Brasileiro e Toque do Silêncio por um soldado, músico da mencionada Banda causou emoção a todos.

Fotos: Arquivo Pessoal

Eis um trecho do pronunciamento da presidente Elizabeth Maller, depois da saudação aos Sacerdotes já nomeados, bem assim, feitas as menções às autoridades presentes ou representadas:

“HÁ 199 ANOS NASCIA NO DIA 2 DE DEZEMBRO DE 1825 – NO PALACIO DE SÃO CRISTOVÃO, AS 2:30 DA MANHA – PEDRO DE ALCÂNTARA JOÃO CARLOS LEOPOLDO SALVADOR BEBIANO FRANCISCO XAVIER DE PAULA LEOCÁDIO MIGUEL GABRIEL RAFAEL GONZAGA, FILHO DE D.PEDRO I E DONA LEOPOLDINA DA ÁUSTRIA.

PEDRO DE ALCÂNTARA TINHA APENAS 14 ANOS, QUANDO NO DIA 18 DE JULHO DE 1841 FOI COROADO, SENDO DECLARADO OFICIALMENTE D.PEDRO II – IMPERADOR DO BRASIL.

CONSIDERADO UMA DAS FIGURAS MAIS IMPORTANTES DA HISTORIA DO BRASIL, FICOU CONHECIDO POR SUAS AÇÕES POLITICAS, QUE RESULTARAM NA EXPANÇÃO TERRITORIAL E DIPLOMÁTICA DO BRASIL.

PATROCINADOR DO CONHECIMENTO, DA CULTURA E DAS ARTES. AMOU O BRASIL E A NOSSA PETROPOLIS. FOI UM HOMEM JUSTO, POR ISSO, A ESCOLHA DA DATA 08/12 – DIA DA IMACULADO CONCEIÇÃO, PADROEIRA DA JUSTIÇA E PROTETORA DA FAMILIA IMPERIAL.

SEU AMOR PELO BRASIL FOI ETERNIZADO NOS VERSOS DO POEMA “TERRA DO BRASIL”, RETRATADO EM UM DOS VITRAIS DESSE MAUSOLÉU. ABRE

ABRE ASPAS ” E ENTRE VISÕES DE PAZ, DE LUZ E GLORIA.

SERENO AGUARDAREI NO MEU JAZIGO.

A JUSTIÇA DE DEUS NA VOZ DA HISTORIA.” FECHA ASPAS.

PASSO A PALAVRA AO DIRETOR DE EVENTOS E CERIMONIAL DR.FERNANDO COSTA”.

Fotos: Arquivo Pessoal

Assim pronunciou-se o associado Titular e atual Diretor Tesoureiro do Instituto Histórico de Petrópolis Dr. Luiz Carlos Gomes:

“D. PEDRO II

02-12-1825

Nasce no paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, filho do Imperador D. Pedro I e da Imperatriz Dona Leopoldina. Seus avós paternos eram o Rei D. João VI e Dona Carlota Joaquina e maternos o Imperador Francisco I da Áustria e Dona Maria Teresa de Bourbon Duas Sicílias.

A mãe faleceu em 11 de dezembro de 1826, ficando a pequena criança com apenas 1 ano de idade, órfã de mãe.

Com a abdicação de D. Pedro I, em 07 de abril de 1831, com 5 anos de idade, foi aclamado IMPERADOR. A partida do pai para Portugal significou outra grande perda, pois nunca mais teve a oportunidade de revê-lo.

Sua infância e adolescência ficaram restrita ao Palácio de São Cristóvão, onde se dedicava aos estudos de ciências, línguas, literatura, filosofia, religião, que o tornaram extremamente culto e com grande visão humanística.

Em 1840, sua maioridade antecipada, sendo coroado Imperador em 18 de julho de 1841.

TOQUE DE COMANDANTE EM CHEFE

CASAMENTO

Em 30 de maio de 1843, o jovem Imperador casou-se com a princesa Teresa Cristina de Bourbon Duas Sicílias, com quem teve 4 filhos: Dom Pedro Afonso e Dom Afonso, que faleceram em tenra idade e D. Isabel e D. Leopoldina.

SEU GOVERNO

Em 58 anos de reinado, o Imperador Dom Pedro II, cognominado O MAGNÂNIMO, conduziu a nação com harmonia e prosperidade.

As revoltas internas foram apaziguadas sem sequelas oriundas de revanchismos ou perseguições políticas.

Imprensa livre e a liberdade de expressão foram grandes marcas.

Os conflitos externos de 1852 (contra Rosas da Argentina) e da Campanha do Uruguai de 1865 resultaram em rápidas vitorias.

A campanha contra Solano Lopes, do Paraguai, foi embate custoso, em vidas e bens materiais. Denominada Guerra da Tríplice Aliança, pois envolveu o Uruguai e Argentina, igualmente agredidos pelos Paraguaios, mobilizou toda a nação.

O Imperador declarou-se o primeiro Voluntário da Pátria contra o inimigo. O longo período de 1865 a 1870 terminou com a nossa vitória e daí em diante vivemos em paz.

A VISÃO HUMANÍSTICA

Com sua visão humanística e anti-escravocrata aprovou leis que, gradualmente extinguiram a escravidão no Brasil: Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravizados, Lei do Ventre Livre e finalmente a Lei Áurea.

APOIO A CIENCIAS E ARTES

Ao longo de seu governo apoiou e subsidiou, com recursos pessoais,  grandes vultos, Carlos Gomes, Vitor Meireles, André Rebouças e tantos outros.

VIAGENS

A partir de 1871 até 1888 viajou o mundo em busca de aprofundamento de seus conhecimentos. Em 1876, nos Estados Unidos, conheceu Alexander Graham Bell, e sua invenção o TELEFONE, trazendo-o para instalação nos seus palácios e divulgando a sua importância.

Esteve com luminares da Literatura Francesa, como Victor Hugo,  encontrou Heirich Schilemann nas escavações de Tróia, visitou vários países da Europa, Rússia, Oriente Médio, Terra Santa e Egito.

As visitas pelo Brasil visando conhecer e se inteirar das coisas de nosso país e de nosso povo foram tantas que demandaria muito tempo em citá-las.

Á vista do que representou D. Pedro II para o Brasil e para o mundo,  só me resta repetir as  palavras, que  também era a saudação usada  pelas  Forças Armadas: VIVA O IMPERADOR!

A MORTE DO MONARCA

Após 15 de novembro de 1889, o Imperador partiu para o exílio, passando a viver modestamente em Paris.

Com a saúde fragilizada, morre no dia 05 de dezembro de 1891.

Seu enterro mobilizou multidões e personalidades na Europa.

Seus restos mortais só regressaram à Pátria em 08 de janeiro de 1921 e hoje aqui repousam na sua amada cidade de Petrópolis.

TOQUE DE SILÊNCIO”

Presentes, também, à cerimônia SAIR Dom Francisco Theodoro de Orleans e Bragança e sua esposa Dona Mathieu, o Comandante do 32º BIL Mth Coronel Carlos Otávio Macedo de Sousa e Senhora, o Tenente-Coronel Diogo Oliveira Genial e Senhora, tendo ele assumido no dia 9 do mesmo mês o Comando em nosso Batalhão.

Foto: Arquivo Pessoal

Um imenso público se formou na parte externa do mausoléu para assistir a cerimônia e os aplausos finais e fotografias por eles feitas traduziam a afeição e o carinho à Imperial Família.

A cerimônia foi por mim dirigida, no exercício de Diretor de Relações Públicas e Cerimonial da instituição.

As homenagens culminaram memorável noite cultural no dia 9 de dezembro, na Casa de Cláudio de Souza com a palestra “Dom Pedro II e a Cultura Hebraica” proferida pelo Professor Dr. Leandro Garcia, laureado escritor, historiador e professor da UFMG e presidente da Academia Petropolitana de Letras.

Foto: Arquivo Pessoal

Em perfunctória síntese o  escritor Leandro Garcia possui Graduação em Letras (Português-Inglês) pela Universidade Castelo Branco (2000), Mestrado em Letras (Estudos Literários) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2003), Doutorado em Letras (Estudos Literários) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2009), Pós-Doutorado em Letras (Estudos Literários), na PUC-RJ (2010) e Pós-Doutorado em Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de BH. É Professor Adjunto III de Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária e Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: epistolografia, crítica epistolográfica, interdisciplinaridade, modernismo, cultura e comparatismo. Pertence aos seguintes grupos de pesquisa: Acervo dos Escritores Mineiros (AEM-UFMG), Núcleo de Estudos de Epistolografia Brasileira (IEB-USP) e Rede de Pesquisa História e Catolicismo no Mundo Contemporâneo (UFMT-UPF-UFRN-PUC Minas). É bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, para o triênio 2021-2024.

Foto: Arquivo Pessoal

Aplausos o Instituto Histórico de Petrópolis, oitenta e seis anos cultuando a história e a memória, iguais encômios a sua presidente Elizabeth Maller e eficiente diretoria, bem assim aos ex-presidentes e demais diretores que compuseram a instituição desde sua fundação e, também aos associados de ontem e de hoje anjos tocheiros a espargirem sua luz entre suas ruas e casarios centenários, jardins e montanhas desta Imperial Cidade.

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