Inverno de contrastes: lareiras de um lado e fogão improvisado à lenha nas comunidades carentes

17/06/2022 02:17

Com o preço do gás de cozinha alto – em Petrópolis o botijão de 13 quilos custa em média R$110 sendo entregue em casa – o brasileiro, cada vez mais, recorre à lenha. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os brasileiros usaram 24 milhões de toneladas de lenha nas residências em 2021. Pelo menos 26% das casas estariam usando o recurso, o maior índice desde 2009. O uso, na área rural, é normal, mas na área urbana reflete o empobrecimento da população.

Lenha, pão e fubá

Uma passada pelas comunidades carentes de Petrópolis cairia bem às nossas autoridades para verificar in loco que as famílias improvisaram fogões à lenha que recolhem nas matas próximas e em restos de obras.  É uma situação vivida por parte das 17.373 famílias em situação de extrema pobreza. Mas isso, as que têm algum alimento para cozinhar, porque boa parte está vivendo de pão. Outro fator que mostra essa realidade é verificada junto aos revendedores de gás de cozinha. Estão vendendo cada dia menos.

E o inverno nem começou

Agora vamos colocar essa realidade da seguinte forma: a família mora em dois cômodos, de tijolos e sem emboço, usa papel para colocar nos buracos dos tijolos para entrar menos frio e nem todo mundo tem janela de vidro e usa plástico mesmo. O fogão à lenha improvisado fica debaixo de um telhadinho mínimo do lado de fora e molha quando tá chovendo.  Se cozinha ali feijão e fubá e, às vezes, esquenta uma água pra tomar banho. Algumas já colocaram o ‘fogão’ à lenha para dentro de casa e convivem com a fumaça mesmo.  Agora isso tudo no inverno que vai bater menos de 6°C, temperatura já registrada essa semana.

Só pra não esquecer

Falando em segurança alimentar lembra que foi anunciado um restaurante popular nos distritos que seria instalado pelo governo do Estado? Já temos algum avanço?

Jornada de Psicologia 

A V Jornada de Psicologia da Unifase abordará temas relevantes para a especialidade como ciência e as contribuições que ela pode trazer para o desenvolvimento do país. Em debate estarão os 20 anos da Reforma Psiquiátrica e a Psicologia Política de Le Bon. O evento, gratuito e online, será realizado nos dias 24 e 25 de junho, das 8h às 12h. As inscrições e outras informações estão disponíveis no site da instituição.

A professora Rovena Paranhos, coordenadora do curso de Psicologia da UNIFASE, é uma das organizadoras do evento e também irá participar dos debates.

Plenário vazio

Pode parecer implicância nossa, mas um leitor da coluna – um dos seis que assistem às sessões da Câmara dos Vereadores – pediu para a gente perguntar: porque os parlamentares não ficam no plenário e se mantém na Sala Vip (aquela salinha e que ainda existe) ou nos seus gabinetes mesmo durante as votações? Muitos, vira e mexe, participam apenas de forma online ainda que estejam no Palácio Amarelo.

No gabinete é mais quentinho

Na sessão de quarta-feira, véspera de feriado, em determinados momentos cinco dos 15 vereadores estavam ausentes nas votações.  Mesmo sendo uma sessão semi presencial.  Em outros momentos apenas quatro vereadores eram vistos em plenário e os demais estavam em seus gabinetes.

Taí o plenário da Câmara vazio por volta das 18 horas pouco antes de a sessão ser encerrada na quarta-feira.

Ajuda

E foi a prefeitura de Niterói que fez 35 projetos para intervenções em 12 de nossos bairros para obras de contenção de encostas.  As obras somam R$ 180 milhões e a prefeitura ainda vai ter que buscar estas verbas.  É bacana a gente receber ajuda e somos muito gratos porque foram três meses em que engenheiros da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento de Niterói-RJ (Emusa) levaram para fazer os projetos.

Nada de multas

A CPTrans não renovou – e parece que nem pretende renovar – o convênio com a Guarda Civil para a fiscalização do trânsito. Além dos agentes da CPTrans a operação terá apenas dois PMs porque aqueles ‘verdinhos’ são só orientadores.

Vida que segue

O Senado começou a discutir a criação do marco legal da inteligência artificial. Entre os objetivos está o uso da tecnologia pelos municípios com a intenção de melhorar a gestão, economizar recursos e oferecer melhores serviços à população.  Interessante o avanço em um país onde 3,9 milhões de pessoas estão desconectadas e outras 86,6 milhões não conseguem se conectar todos os dias.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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