Iphan e Inepac não foram consultados sobre intervenção realizada na Praça da Águia

02/set 08:40
Por Maria Julia Souza

Uma intervenção realizada ao redor da Praça da Águia retirou traços históricos do local. Anteriormente, a praça era contornada por esculturas em cimento, que imitavam troncos de árvores. Em contato com a nossa equipe, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) informaram que não foram consultados sobre as intervenções.

O Iphan confirmou que, nesses casos, existe a necessidade da solicitação de autorização dos órgãos de tombamento para realizar as intervenções, e que as obras realizadas em bens tombados são acompanhadas pela equipe técnica da autarquia.

“Conforme estabelece a Portaria Iphan nº 420/2010, os detentores de edifícios tombados pelo Iphan devem apresentar os projetos de intervenções, que precisam ser analisados e aprovados pelo Instituto”, diz a nota.

Já o Inepac informou que a Praça Visconde de Mauá (Praça da Águia) está inserida na área de entorno do Bem tombado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. “Por se tratar de uma área de ambiência imediata ao bem tombado, é necessário que quaisquer intervenções sejam encaminhadas ao Instituto para análise prévia”, informou o órgão.

Foto: Juliana Hannickel

O Iphan esclarece ainda que, em casos de intervenções semelhantes às realizadas na Praça da Águia, é necessário “evitar ações que possam descaracterizar o bem tombado. Em caso de modernização, os novos elementos devem ser harmônicos com os originais e colaborar para a valorização destes.”

Já o Inepac disse que irá realizar uma vistoria no local, para analisar o caso, e posteriormente notificar os responsáveis.

“Desta forma, tendo em vista que o Inepac não foi consultado para tal intervenção, será realizada uma vistoria no local, para análise e posterior notificação dos responsáveis”, finalizou a nota.

Local foi tombado em 1964

A Praça Visconde de Mauá (Praça da Águia) está localizada no conjunto urbano e paisagístico de Petrópolis, e foi tombado pelo Iphan em 1964.

O que diz a Prefeitura

Procurada, para informar o seu posicionamento sobre o caso, a Prefeitura não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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