Irã: vencedora do Nobel da Paz presa há três anos é hospitalizada com problema cardíaco

28/out 13:04
Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

A iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Nobel da Paz de 2023, foi hospitalizada após nove semanas doente, segundo informações divulgadas neste domingo, 27, por um grupo que faz campanha pela ativista.

Ela sofre de doença cardíaca e, de acordo com seu relatório médico emitido em setembro, a artéria principal de seu coração desenvolveu novamente uma complicação grave.

Narges Mohammadi não pode receber o prêmio Nobel por estar presa. Ela foi detida em 2021 em Teerã por protestar contra o uso obrigatório de véu e a pena de morte no país.

Mesmo doente, a hospitalização só ocorreu após autorização do governo iraniano. A Coalizão Liberdade para Narges afirmou em um comunicado que a ativista deve receber uma licença médica para receber tratamento abrangente para múltiplas condições. O grupo afirma que apenas transferi-la para o hospital não abordará os graves problemas de saúde causados por meses de negligência e privação.

Narges está detida na prisão de Evin, no Irã, que abriga prisioneiros políticos e pessoas com vínculos com o Ocidente. Ela já estava cumprindo uma sentença de 30 meses. Porém, em janeiro deste ano, sua pena foi acrescida em mais 15 meses. No sábado, 27, uma nova sentença adicionou mais seis meses à sua pena. O motivo, segundo autoridades iranianas, foi o seu protesto contra a execução de outro prisioneiro político na ala feminina da prisão em que está, em agosto.

A coalizão em favor da ativista disse que continua exigindo sua libertação incondicional e seu pleno acesso a cuidados médicos. Narges foi a 19ª mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz e a segunda mulher iraniana depois da ativista de direitos humanos Shirin Ebadi, em 2003.

Narges tem 52 anos e manteve seu ativismo apesar de várias prisões pelas autoridades iranianas e anos atrás das grades. Fonte: Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

Últimas