Israel volta a atacar o Líbano e cessar-fogo com o Hezbollah pode colapsar

03/dez 13:42
Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

A Força Aérea de Israel voltou a bombardear alvos da milícia xiita Hezbollah no Líbano nos últimos dois dias, menos de uma semana depois de acordarem um cessar-fogo de dois meses. Os bombardeios aconteceram no domingo, 1º, e na segunda, 2, e mataram nove pessoas, de acordo com as autoridades libanesas.

Tanto Israel quanto o Hezbollah se acusam de descumprir o acordo de trégua. A milícia também fez ataques na segunda-feira, alegando “resposta defensiva” aos bombardeios que Israel realizou no domingo.

O Exército de Israel afirmou que os ataques de domingo, que não deixaram vítimas, foram uma ação preventiva para evitar ofensivas do Hezbollah. A milícia, no entanto, atacou no dia seguinte a região do Monte Dov com dois mísseis e provocou a resposta de Israel.

O Hezbollah alegou que os ataques contra o território israelense foram uma resposta a “repetidas violações” do cessar-fogo por parte de Israel.

Antes de responder com bombardeios, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que a milícia havia violado o cessar-fogo. “Os disparos do Hezbollah contra o Monte Dov constituem uma violação grave do cessar-fogo e Israel responderá fortemente a esta situação. Estamos determinados a continuar a fazer cumprir o cessar-fogo e a responder a qualquer violação por parte do Hezbollah – pequena ou grave”, publicou na rede social X.

Os bombardeios da segunda-feira foram realizados em dois vilarejos do sul do Líbano, próximo da fronteira com Israel, e são os mais mortais no país desde o começo do cessar-fogo, no dia 27.

Cinco pessoas foram mortas em Haris e outras quatro, em Tallousa. Além das mortes, três pessoas ficaram feridas.

Apesar dos ataques, Israel afirma que mantém o acordo de cessar-fogo. “O Estado de Israel exige que as autoridades do Líbano cumpram suas responsabilidades e impeçam a atividade hostil do Hezbollah de dentro do território libanês”, diz o comunicado de Israel.

Desde o início do acordo, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, e os militares libaneses afirmam que Israel tem realizado ataques pontuais e sobrevoos sobre o Líbano, o que estaria proibido pelo cessar-fogo.

Os libaneses que vivem entre a fronteira Israel-Líbano e o rio Litani, localizado no centro do país, também estão sob toque de recolher imposto pelos israelenses.

Mesmo com as violações no sul, o Líbano tenta retornar a algum nível de vida normal após meses de bombardeios intensos que causaram o deslocamento de 1,2 milhão de pessoas e a destruição de uma grande área do país.

Os militares libaneses foram enviados para o sul com o objetivo de fazer cumprir o cessar-fogo.

A primeira fase do acordo determina a cessação das hostilidades entre Israel e o Hezbollah por 60 dias, no qual os combatentes da milícia deveriam se retirar do sul para o norte do rio Litani.

As tropas israelenses também se retirariam da região, retornando para Israel. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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