Jair Renan anuncia pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú em bingo beneficente
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, anunciou sua pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú (SC). Em breve discurso em um bingo beneficente de uma escola de cães-guia, o “04” se colocou à disposição para ajudar a instituição e usou um jargão do pai.
Jair Renan é natural do Rio de Janeiro, mas reside na cidade do litoral catarinense, onde exerce, desde março de 2023, a função de auxiliar parlamentar em escritório de apoio ao senador Jorge Seif (PL-SC). “Sou morador de Balneário Camboriú e pré-candidato”, disse o filho de Bolsonaro, vestindo uma camiseta da banda de rock AC/DC, bermuda e chinelos.
“O que vocês precisarem, estou de pé aqui, é só pedir para mim”, disse Jair Renan à plateia. “Tá ok?”, encerrou, em referência a um dos bordões do pai. Ele ainda não está filiado a um partido político, requisito para a candidatura.
Segundo informações do jornal O Globo, o filho do ex-chefe do Executivo deve se filiar ao PL, partido do pai e de Jorge Seif, ainda em março. O prazo para ingressar em uma legenda e concorrer ao cargo neste ano é 6 de abril.
Denunciado for falsidade ideológica
Jair Renan é investigado pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro e foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal em fevereiro. Segundo os investigadores, o filho do ex-presidente teria falsificado os boletins de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia para angariar um empréstimo bancário.
Jair Renan foi alvo de mandados de busca e apreensão, e o apartamento em que reside em Balneário Camboriú foi vasculhado pela polícia.
No mês passado, o advogado Admar Gonzaga, que defende Jair Renan, informou que não desejava se manifestar sobre o indiciamento de seu cliente. Em agosto, à época da operação, ele informou que o filho do presidente relatou estar “surpreso, mas absolutamente tranquilo com o ocorrido”.
Filhos de Bolsonaro na política
Se os planos da pré-candidatura seguirem adiante, Jair Renan será o quarto filho de Jair Bolsonaro a adentrar na política, somando-se aos três que já ocupam cargos públicos: Flávio, senador do Rio de Janeiro pelo Republicanos; Carlos, vereador do Rio pelo Republicanos; e Eduardo, deputado de São Paulo pelo PL. O ingresso dos filhos em cargos políticos foi patrocinada durante o período que Jair atuava na Câmara.
Flávio, o “01”, não foi o primeiro a disputar um cargo eletivo. O primeiro a traçar uma carreira semelhante a do pai foi Carlos, que concorreu a vereador do Rio, em 2000, com apenas 17 anos, tornando-se, na ocasião, o mais jovem a ocupar o cargo no País. O filho “02” foi eleito pelo então Partido Progressista Brasileiro (PPB, hoje PP) e, na posse, fez uma paródia com a sigla: “Falo não em nome do Partido Progressista, mas em nome do Partido do Papai Bolsonaro”. Desde então, emendou mais seis mandatos consecutivos na Câmara Municipal carioca.
Flávio, o mais velho entre os cinco filhos do ex-presidente, ingressou na política em 2002, concorrendo a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Venceu a disputa e, apesar de não ter sido eleito tão jovem quanto Carlos, conciliou a faculdade de Direito com as funções de legislador nos primeiros anos de mandato. Flávio permaneceu na Alerj até 2018, quando foi eleito para o Senado.
Eduardo, o “03”, entrou para a política em 2015, como deputado federal por São Paulo, cargo que ocupa desde então.
Jair Renan queria ‘aproveitar a vida’ até 2028
Jair Renan tem 25 anos e, até a eleição presidencial do pai, em 2018, era discreto sobre suas pretensões políticas. Em 2020, passou a cogitar a carreira, dizendo a internautas que “talvez” concorresse a algum cargo eletivo. Em 2022, em entrevista à Jovem Pan, afirmou que pretendia ser político, mas gostaria de seguir “aproveitando a vida” antes de tentar disputar uma eleição.
“Eu almejo entrar na política, mas só em 2028 agora. Até lá, vou aproveitando a vida como filho do homem aí (Jair Bolsonaro)”, afirmou. Com o anúncio de quarta-feira, Jair Renan pode se adiantar em quatro anos em relação ao ano que havia mencionado na entrevista.