Janeiro teve mais raios e menos chuva do que no mesmo período de 2018

02/02/2019 11:27

A quantidade de chuva em janeiro chega a ser 170% menor em alguns bairros de Petrópolis em comparação com o mesmo período de 2018. No Dr. Thouzet, por exemplo, o acumulado é de 195 milímetros, enquanto no mesmo período do ano passado foi de 520 milímetros. Por outro lado, dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) indicam o crescimento do número de raios no município. Foram 2.375 descargas elétricas em 2019, enquanto no ano passado o instituto somou 2.360. Para fevereiro, a previsão do tempo indica mais calor e chuvas fortes nos finais de tarde em todo o Sudeste, especialmente na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Por conta disso, a Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias mantém o reforço na escala com todos os 55 agentes de plantão 24h e pede atenção aos moradores que vivem em áreas de risco.

Leia também: Chuva e vento derrubam árvores e desmontam cobertura de ginásio em Areal

"Apesar da redução no acumulado, é importante que os moradores tenham a consciência dos riscos e que estejam preparados para o período das chuvas fortes. A Defesa Civil segue realizando trabalhos de conscientização nas comunidades e nas escolas. Queremos os agentes cada vez mais próximos da população, trabalhando nas áreas de maior risco. O objetivo é levar a ideia de prevenção aos desastres para toda a população da nossa cidade”, destaca o prefeito Bernardo Rossi, ressaltando a importância da implementação da primeira política pública do país de Defesa Civil nas Escolas em toda a rede municipal no ano passado.

“Neste ano, vamos ampliar também para os Centros de Educação Infantil. A medida vai permitir que mais cinco mil alunos tenham acesso ao programa que ensina medidas de prevenção e de percepção de riscos. É fundamental que as crianças da nossa cidade aprendam sobre os riscos de desastres de cada estação”, completa o prefeito.

Um sistema de alta pressão atmosférica impediu a chegada das chuvas fortes sobre o Estado do Rio no mês passado, o que explica a redução nos índices acumulados. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a previsão para fevereiro é de temperaturas elevadas e de chuvas variando de normal a ligeiramente acima da normal. O órgão também informa que temporais e ventos fortes – que podem ser acompanhados de granizo – não estão descartados.

"De novembro até  meados de abril, estamos trabalhando em duas frentes – reforçando as ações de prevenção aos desastres de origem natural e na organização da resposta às ocorrências. Existe a previsão de chuvas fortes nos finais de tarde em fevereiro e nossas equipes continuam de prontidão", explica o secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias, coronel Paulo Renato Vaz.

O Brasil é localizado geograficamente em uma zona tropical, cujo clima mais quente favorece a formação de tempestades. Aqui são registrados alguns dos maiores índices de incidência de raios do mundo: cerca de 77,8 milhões por ano. Segundo o estudo do ELAT, a quantidade de descargas elétricas identificada indica que os fenômenos El Niño e La Niña modulam a ocorrência de raios no Brasil numa intensidade muito acima do que poderia ser esperado em consequência do aquecimento global.

Resende, Petrópolis e Angra dos Reis foram as cidades do Estado com maior registro de descargas atmosféricas. Por conta da grande incidência no município, a população deve estar atenta às principais medidas preventivas com relação as chuvas fortes. O Plano Verão municipal conta com uma matriz de atividades e responsabilidades específica para tempestades de raios, determinando a função de 49 órgãos no atendimento à população.

Leia também: Saiba o que faz para se proteger dos raios

"Sempre orientamos que a população evite andar por zonas descampadas, assim como as piscinas, o mar, e até mesmo não abrir torneiras, já que a água é um excelente condutor de energia.  A melhor medida de segurança indicada é a permanência das pessoas em locais fechados, evitando ficar debaixo de árvores e postes, que também atraem os raios", disse Paulo Renato.

Cartilhas entregues nos bairros com as sirenes e nos terminais rodoviários

Em dezembro do ano passado, a Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias distribuiu cerca de 15 mil cartilhas de prevenção aos desastres de origem natural entregues nas comunidades que contam com as sirenes do Sistema de Alerta e Alarme. Ao todo, são 12 locais: Gentio, Buraco do Sapo, 24 de Maio, Alto da Serra, Bingen, Dr. Thouzet, Independência, Quitandinha, São Sebastião, Sargento Boening, Siméria e Vila Felipe.

Já neste ano, mais de cinco mil cartilhas de prevenção aos desastres de origem natural foram entregues pelos agentes nos terminais rodoviários urbanos. Por causa do grande fluxo de pessoas, a Defesa Civil preparou as atividades nestes locais para que chegassem a um grande número de pessoas. A ação teve como objetivo reforçar o trabalho de conscientização feito nas comunidades e nas escolas.

"O trabalho integrado com a comunidade é uma das premissas da Defesa Civil. As cartilhas com dicas simples, como a importância do conserto de vazamentos em reservatórios e caixas-d’água, além de orientar que a população não jogue lixo ou entulho nas encostas. São atitudes que podem salvar vidas", completa o secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias.

Leia também: Morte de homem atingido por raio em praia no Rio chama atenção sobre riscos

Últimas