Jovem baleada em ação da PRF na BR-040 volta a respirar com a ajuda de aparelhos

08/jan 10:21
Por Redação/Tribuna de Petrópolis I Foto: Divulgação

*Com informações da Agência Brasil

A jovem Juliana Leite Rangel, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no último dia 24, véspera de Natal, teve uma piora em seu quadro de saúde, precisando voltar a respirar com a ajuda de aparelhos e interrompendo o processo de reabilitação. A informação foi divulgada na madrugada desta quarta-feira (08) pela Prefeitura de Duque de Caxias, responsável pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde a jovem está internada.

O boletim, elaborado pela direção do hospital na noite dessa terça-feira (07), diz que Juliana apresentou uma piora nas 24 horas anteriores.

“Voltou a fazer febre, sinais clínicos e laboratoriais de novo quadro infeccioso, necessitando retomar medicação para controle de pressão arterial, retorno de sedação leve e retorno para ventilação mecânica, além de ajustes no tratamento da infecção”, detalha o comunicado.

“O processo de reabilitação precisou ser interrompido devido ao agravamento do quadro infeccioso”, acrescenta a nota.

Juliana continua precisando da traqueostomia (procedimento cirúrgico que consiste em criar uma abertura na traqueia/garganta para que o paciente possa respirar).

Mudança de quadro

Nos últimos dias, Juliana tinha apresentado melhoras, entre elas a retirada da ventilação mecânica, ficando lúcida, abrindo os olhos, interagindo com pessoas e movendo os membros.

De acordo com a direção do hospital, a paciente segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia, psicologia e equipe multidisciplinar. Não há previsão de alta do Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Relembre o caso

Juliana deu entrada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), às 21h12 do último dia 24, após ter sido atingida por um tiro na cabeça, durante uma ação da PRF na Rodovia Washington Luís (BR-040). A jovem estava indo com a família, de cinco pessoas, passar o Natal na casa de parentes em Itaipu, no município de Niterói, quando o carro foi atingido por vários disparos feitos pelos agentes, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Segundo o pai dela, Alexandre Rangel, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros. Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta ainda na noite de terça-feira.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

A família pleiteia na Justiça Federal uma pensão provisória para se manter financeiramente, uma vez que o pai de Juliana, mecânico por conta própria, não pode trabalhar por causa do ferimento na mão.

A PRF afirma que disponibiliza auxílio logístico para os deslocamentos necessários à família, além de ofertar apoio psicológico.

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