Jovens lançam ideia e dão exemplo de solidariedade

26/06/2017 11:15

Sabe aquele cobertor que está no fundo do armário, do qual você já nem lembra mais? Pois é. Ele pode estar esquecido para você, mas, para muita gente, pode estar fazendo falta nesse inverno. Na cidade, o frio costuma ser intenso e, às vezes, um gesto de solidariedade que parece pequeno pode ajudar alguém que precisa. Pensando nesses pequenos gestos, a advogada Eduarda Esperança segue os passos da avó e mobiliza uma rede de amigos e conhecidos para ajudar quem precisa. “Meus avós sempre foram muito caridosos. Minha avó ajudava o ano todo, com tudo o que podia. Ela sempre se esforçava para apoiar quem aparecesse precisando de alguma coisa”, conta Eduarda. Seguindo seus passos, a jovem, hoje, com a ajuda de uma amiga e da família, faz uma campanha que recolhe agasalhos e cobertores para doação.


Como nasceu a campanha

A campanha Aquecendo o Inverno de Quem Precisa, ganhou corpo no ano passado, mas já existe há mais tempo. Leny Correa Cabral faleceu em novembro do ano passado com 83 anos, mas há anos mobilizava os amigos próximos e familiares para ajudar pessoas carentes. Perto do seu aniversário, que era durante o inverno, ela pedia que, em vez de presentes para ela, as pessoas dessem roupas de inverno e cobertores. A intenção era doar as peças para moradores de Petrópolis que estivessem precisando.

Leny era moradora do Rio de Janeiro, mas fazia a pequena campanha para ajudar pessoas de Petrópolis, onde a família e a neta moram. Eduarda conta que resolveu ajudar a avó que, por causa de problemas de saúde, já não podia se empenhar tanto na campanha. Foi então que surgiu a ideia de criar a ação e ela convidou a amiga Maria Sylvia Quadra, para ajudar.

Maria é publicitária e trabalha com causas sociais há bastante tempo. Hoje ela mora em Moçambique, na África, mas até o ano passado morava no Rio de Janeiro e sempre vinha a Petrópolis ajudar na campanha. Eduarda e Maria são amigas há muitos anos, estudaram juntas na escola, então foi fácil criar a parceria. “A Duda me convidou porque eu sou muito engajada em causas sociais. Eu quis ajudar a cidade onde nasci e vivi por muito tempo. É minha chance de fazer algo pelas pessoas d Petrópolis. No ano passado a campanha foi um sucesso e tivemos bons resultados”, contou a Maria.

Com a ajuda da tecnologia – a divulgação é feita por Maria na internet – ela tem reunido cada vez maior apoiadores da iniciativa, tanto em Petrópolis quanto no Rio. Com as doações em mãos, Eduarda e sua mãe, Claudia Maria Esperança percorrem a cidade entregando cobertores e roupas de frio para pessoas que precisam. Neste ano, em um único dia de divulgação, elas conseguiram arrecadar 60 cobertores, que foram doados para um lar de idosos no Quitandinha e a uma creche no bairro Caxambu.


Todo mundo pode fazer sua contribuição 

Toda semana Eduarda e sua mãe fazem uma ronda pela cidade em busca de pessoas que estejam precisando. Graças a uma rede de contatos criada por Maria, amigos próximos e as irmãs da Eduarda, elas têm conseguido mais doações.

Atualmente a campanha conta com uma página no facebook, mas o que dá resultado, mesmo, é a divulgação boca a boca. A intenção delas é ampliar a campanha no ano que vem.“Tem sido muito legal o engajamento das pessoas de fora de Petrópolis. A união das pessoas torna a distância menor. Eu estou em Moçambique e estou ajudando, então todos podem, d qualquer lugar. Essa é a maior lição da campanha”, conta Maria.

Qualquer pessoa pode ajudar, com agasalhos, cobertores, com quantias em dinheiro para a compra dos cobertores, ou sendo um voluntário, divulgando a campanha e ajudando nas rondas. “É legal que as pessoas andem sempre com um agasalho a mais ou um cobertor no carro. Não precisa encontrar com a gente para fazer a doação. As pessoas podem fazer por conta própria. O frio não espera”, disse Eduarda.

Neste ano, a campanha começou em maio e vai até o final do inverno. E conforme elas vão recebendo as doações, vão encaminhando para as pessoas ou instituições que estão precisando. “Eu queria principalmente agradecer quem acredita no projeto. Uma atitude pequena pode fazer a diferença. Algumas pessoas chegam para mim com um casaco e pedem desculpas por acharem que aquilo é muito pouco, mas não imaginam a diferença que aquela peça faz para outra pessoa. Todas as doações são importantes”, explica Eduarda. 



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