Julho teve o dia mais quente já registrado na média global; entenda por quê

23/jul 16:23
Por Redação / Estadão

A Terra registou o dia mais quente de toda a série histórica de medição de temperatura neste domingo, 21 de julho. E em pleno verão no hemisfério norte, muitas partes do Mediterrâneo enfrentam riscos extremos de incêndios florestais.

O valor mundial registrado quebrou o recorde anterior, estabelecido há um ano, de acordo com dados provisórios do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia.

As temperaturas médias globais já atingiram ou ultrapassaram um limiar climático chave durante 12 meses, destacando o desafio de limitar o aquecimento global a menos de 1,5ºC acima da era pré-industrial, como estabelece o Acordo de Paris.

– O Acordo de Paris, firmado em 2015, procura limitar o aquecimento planetário a menos de 2ºC acima da média pré-industrial e, idealmente, a 1,5ºC.

As alterações climáticas estão aumentando a frequência e a intensidade das ondas de calor, provocando fenômenos meteorológicos extremos, desde inundações a incêndios florestais – no Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas no Pantanal e na Amazônia são exemplares.

No sul da Europa, o aquecimento global está provocando temperaturas superiores a 40ºC, como ocorreu nas últimas duas semanas na Grécia. Por isso, as ameaças a incêndios florestais são cada vez maiores.

Na Grécia, ocorreram ao menos 33 incêndios florestais entre domingo e segunda-feira, 22. Atenas, e partes do sul do país permanecem em alerta máximo.

O clima mais frio trará algum alívio esta semana à nação mediterrânea, embora ainda se espere que as temperaturas ultrapassem os 39ºC em algumas partes do continente europeu nesta terça-feira, 23.

A Espanha também corre risco extremo de incêndio esta semana, à medida que as temperaturas aumentam no sul do país. Sevilha e Córdoba se aproximarão de 43ºC na quarta-feira, 24, conforme a agência de meteorologia espanhola AEMET.

Partes do sul de França e da Itália também correm risco de incêndios florestais. Mais ao norte, Berlim e Paris – que vai receber os Jogos Olímpicos a partir desta semana – deverão enfrentar ondas de calor no início de agosto. A temperatura média na capital alemã deverá subir até 28ºC em 6 de agosto, oito graus acima do normal para 30 anos.

O calor extremo já causou estragos em muitas partes da economia global este ano, afetando desde viagens aéreas, até redes elétricas.

A temperatura média para o ano até junho foi 1,64°C mais alta do que a da era de 1850 a 1900, de acordo com Copernicus. O mês passado foi o mais quente de todos, recorde que se deu pela 13ª vez consecutiva nos últimos meses.

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