Juliana Boller, atriz petropolitana, já participou de obras importantes na teledramaturgia brasileira
Com 18 anos de carreira, a atriz petropolitana, Juliana Boller, já participou de obras importantes na teledramaturgia e no teatro. Ingressando nas aulas de teatro aos seus anos de idade, seu primeiro papel na TV foi a personagem Marina, em ‘Malhação’, da Rede Globo, em 2006. Juliana também ficou muito conhecida ao interpretar a personagem Eva, na novela ‘Gênesis’, na Record.
Início da carreira
Juliana conta que ingressou nas aulas de teatro aos seis anos, no período em que estudava no Colégio Santa Isabel, com a professora Henriqueta. A partir daí, ela explica que conheceu um lado mais lúdico do teatro.
“Eu acho que o teatro é muito educativo emocionalmente também. Então eu fiz [teatro], dos seis aos 12 [anos], eu pude fazer essa escola ali no Colégio Santa Isabel. Não fazia parte da escola, era da professora Henriqueta. Mas eu fui muito feliz em poder ter tido esse encontro na minha infância”, contou.
Juliana conta ainda que o estímulo para que a atuação se tornasse uma profissão veio de seus pais, principalmente de sua mãe.
“Ela [minha mãe] me ensinou que profissão era o que a gente mais gostava de fazer. Então foi totalmente uma escolha pessoal mesmo, eu não tive uma influência dos familiares, no sentido do que eu precisava ou não fazer, mas que eu pudesse escolher com o coração o que seria o meu ofício. E eu sempre tive esse apoio. Então foi muito fluido quando eu escolhi como profissão. Eu acho que a minha mãe pôde me ensinar uma das coisas mais importantes: que o ofício quando a gente ama, não é um trabalho em um sentido desagradável, é sempre prazeroso”, disse Juliana.
Ela relembra que sempre frequentava espetáculos teatrais ao lado do pai, desde bem pequena, por volta dos dois ou três anos, o que deu um estímulo a mais para seguir a carreira de atriz.
“O meu pai sempre gostou de teatro. Eu acho que de alguma forma ele se realizou através de mim também. Porque quando eu era criança ele sempre me levava no teatro que ficava dentro do Centro de Cultura [Raul de Leoni]. Ele me levava para assistir os espetáculos que tinham ali, provavelmente produzidos com artistas da cidade mesmo. Não era nada grandioso, mas eu adorava. Então eu sempre tive esse estímulo, apesar dos meus pais não trabalharem com isso”, relembrou.
Ligação com Petrópolis
Atualmente morando no Rio de Janeiro, Juliana explica que saiu de Petrópolis quando completou 18 anos e se mudou para o Rio a trabalho. Hoje em dia, ela conta que visita a Cidade Imperial com menos frequência, mas que sente falta da Serra.
“Hoje em dia eu vou bem menos, porque meus pais não moram mais em Petrópolis. Mas eu acho que é unânime, a cidade é muito linda. Tem uma história muito importante, eu gosto muito e sinto muita falta da Serra. Hoje em dia eu moro no Rio e o clima é completamente diferente. Então eu sinto falta do cheiro, da umidade, da chuva e da terra molhada. E sempre que eu posso, vou visitar”, contou ela.
Trabalhos marcantes
Dentre os principais trabalhos que ela considerada marcantes para a sua carreira, Juliana destaca o seu primeiro, em ‘Malhação’, com a personagem Marina. Ainda na Rede Globo, a petropolitana também participou do remake da novela ‘Paraíso’, de Benedito Ruy Barbosa, dando vida a Aninha, onde pôde trabalhar com atores que admirava, como Cássia Kiss, Walderez de Barros e Reginaldo Faria.
Já na Record, ela passou a participar de novelas com temáticas bíblicas, como por exemplo, a novela ‘Gênesis’, interpretando a personagem Eva.
“É uma responsabilidade muito grande, quando você trata dessas narrativas que fazem parte da fé das pessoas. E eu pude fazer a Eva, que é uma personagem que independente da religião que a pessoa tenha, ela sabe quem é. Na minha concepção, é uma das personagens mais conhecidas no mundo e a primeira mulher. Foi um desafio ter que me colocar como um ser humano que não sabe absolutamente nada sobre o mundo. Então também foi um marco muito grande na minha carreira”, disse ela.
Foto: Record TV
Foto: Record TV
Teatro
Já no teatro, a última peça em que a petropolitana participou foi um texto de Tennessee Williams, por volta 2017 ou 2018, que se chamava ‘O Doce Pássaro da Juventude’, em que a protagonista era interpretada por Vera Fischer. Anteriormente, ela também integrou o elenco de ‘Vanya e Sonia e Masha e Spike’, que foi produzida no Brasil, após receber o título de “Melhor texto” no Prêmio Tony, em Nova York.
“É sempre muito gostoso quando a gente consegue realizar um trabalho teatral. Mas por outro lado, é sempre muito difícil. Porque, infelizmente, o nosso país ainda não tem essa cultura tão valorizada. Então as peças sempre dependem de uma verba alta, porque teatro é caro. Você tem uma equipe grande e acaba que o retorno nem sempre é tão favorável para quem está produzindo a peça”, explica ela.
Planos para o futuro
Em relação ao futuro, Juliana conta que atualmente está cursando uma Pós-Graduação em Economia Criativa, para ter mais base para produzir seus projetos e ser uma atriz e produtora.
“Percebendo que o Brasil está crescendo como política pública cultural, a gente está realmente tendo uma visão de que, a cultura de uma forma geral, não só a arte, mas essa questão da Economia Criativa, englobando o design, englobando várias questões da produção criativa, que é uma política muito importante para a população, ela é capaz de revitalizar áreas urbanas, de fortalecer uma identidade de um povo”, contou Juliana.
Ela finaliza contando que também tem vontade de trabalhar fora do Brasil, como Europa e América Latina, explorando outras línguas e culturas.
“A minha ideia é poder trabalhar em outras línguas também, porque hoje em dia tem muitas produções que são de países em conjunto. Então, por exemplo, o The New Look que é da Apple TV, é uma história que se passa em Paris, mas é falado em inglês. Então você tem atores franceses, ingleses, de vários lugares. E eu vejo que isso vem cada vez mais crescendo. Usa-se o inglês como língua universal, e a série não tem muito uma nação em si. E eu tenho essa vontade de trabalhar não só na Europa, mas na América Latina também. E o Brasil acaba ficando um pouco a parte dessa coisa latina, como se nós não fôssemos latinos, mas nós somos. Então eu acho muito importante a gente se integrar também com os produtores latino-americanos”, finalizou.