Kremlin critica comentários dos EUA sobre protestos a favor de Navalny

24/01/2021 13:27
Por Estadão

O porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou neste domingo que as declarações da embaixada dos EUA sobre os protestos realizados neste sábado (23) pela libertação do líder da oposição Alexei Navalny interferem nos assuntos internos do país e encorajam os russos a violar a lei.

Navalny é um ativista anticorrupção e conhecido crítico de Putin. Manifestações em apoio a ele atraíram milhares de pessoas nas principais cidades da Rússia, incluindo cerca de 15 mil pessoas em Moscou. Mais de 3.500 pessoas teriam sido presas em decorrência dos protestos.

Durante as manifestações, a porta-voz da embaixada do EUA, Rebecca Ross, disse no Twitter que “os EUA apoiam o direito de todas as pessoas ao protesto pacífico e à liberdade de expressão”. “As medidas tomadas pelas autoridades russas estão suprimindo esses direitos”, acrescentou. A embaixada também tuitou uma declaração do Departamento de Estado norte-americano pedindo a libertação de Navalny.

Peskov disse que as declarações “indiretamente constituem absoluta interferência em nossos assuntos internos” e são “suporte direto para a violação da lei da Federação Russa, apoio para ações não autorizadas”.

Apesar do registro de diversas manifestações em todo o país, reunindo milhares de pessoas, Peskov considerou o número de russos que compareceu aos protestos insignificante. “Agora muitos vão dizer que muitas pessoas saíram para as ações ilegais. Não, poucas pessoas saíram; muitas pessoas votam em Putin”, disse.

Navalny foi preso em 17 de janeiro, quando voltou para a Rússia, proveniente da Alemanha, onde se recuperava de um grave envenenamento que ele atribui ao Kremlin. As autoridades russas negam.

Para as autoridades, a estada de cinco meses de Navalny na Alemanha violou os termos de uma sentença imposta em uma condenação por fraude e lavagem de dinheiro, que o ativista diz ter siso fraudulenta e politicamente motivada.

Ele deve comparecer ao tribunal em 2 de fevereiro para uma audiência sobre se a pena será convertida em três anos e meio de prisão.

Fonte: Associated Press

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