Lar, doce lar
Ó, motivação divina!
Ó, suave expressão de união!
Ó, suave tendência à compreensão, à estabilização e à união!
A voz suave do Mestre Jesus nos alcança e nos permeia com lições de amor e perdão, justiça e união, caridade e compreensão.
Lar, suave cantiga onde a força da união é capaz de imprimir, cada vez mais, momentos de doação, momentos de perfeita e sincera reprodução de sentimentos, lições de aceitação, onde, no exercício bendito de almas, as mãos são obrigadas a se tocar, os olhares são obrigados a se entenderem, a união de esforços e conselhos gera a força conjunta diante daqueles que em busca vão em opressão e disseminação.
Lar, palco de recuperações em fases de aceitação.
Lar, demonstração do Pai a Seus filhos de que, na luta de irmão para irmão, o primeiro passo é a percepção diante dos meandros das mentes, para que a vontade impressa não seja somente a exigida, a necessária pela força de um viver, mas onde a dose certa e acolhida seja a penetração nos sentimentos, a indulgência a erros e culpas, a compreensão daquele que usurpa, que odeia, que ama, que se doa e que se aceita.
Paz, busca perene e extremosa, feição ansiada e tão almejada!
No lar, no nosso lar, no seio de nossa família, na intimidade do espaço, que desfrutamos e em que nos enlaçamos, nos fazemos sentir, nos fazemos ouvir, nos tornamos aflitos, temerosos, autênticos e extremosos.
Na realidade, nos despojamos de nossas falsidades e nos apresentamos, cada dia, mais como somos identificados como almas divinas. Por isso, somos de difícil aceitação entre nós mesmos, por isso travamos tantas lutas num recinto tão exíguo. Estendemo-nos ao limite, na maioria das vezes, entornamos nossos sais, nossos óxidos, nossos enxofres e aqueles que partilham conosco destes momentos são obrigados a nos acolherem e nos aceitarem.
O indivíduo ou os indivíduos que se relacionam num lar, numa plena realização sentimental e moral, são considerados seres já em busca de uma maior compreensão espiritual, pois o mínimo que se quer de criaturas é a compreensão e aceitação com aqueles que se envolvem.
Aceitemos não somente aqueles que a nosso lado estão, pois estes aprenderemos a amar em qualquer situação, mas aprendamos a aceitar e amar aqueles que pouco vemos, aqueles que nos cumprimentam, aqueles que efemeramente, ocupam nossas vidas.
Todos somos almas em caminho de ajuda e redenção, todos buscamos uma colocação melhor no mundo espiritual; todos trazemos impressos aquedutos de sentimentos, de dúvidas, de temores e medos; todos precisamos buscar no irmão amigo, que se encontra a nosso lado, um querido apoio, por estarmos em condições ainda de desenvolvimento. Por que, então, brigarmos tanto, discutirmos tanto e não nos aceitarmos prontamente, precisando de lutas e mais lutas para chegarmos a estas conclusões?
Parem, pensem e vejam se não podem ceder um pouco, aceitar as observações alheias e acolhê-las com mais respeito e carinho. Não é por terem a constante convivência, que a cerimônia dará lugar a malcriações, impropérios e desaforos, pois ao contrário, as divergências precisam ser sanadas, as brigas afastadas, as bocas traçadas a apelos amigos.
O lar, a face doce da comunhão familiar, deve ser respeitado, deve ser acatado como comprometimento espiritual de todas as almas que nele se incorporam para se resignarem, se entenderem e se abastecerem, bastando, para isso, um pouco mais de compreensão e respeito.