Lava-Jato: nomes de parlamentares de Petrópolis aparecem em suposta planilha de propina

21/12/2017 19:20

Agentes da operação Lava Jato estão investigando uma planilha com nomes e indicações para 880 cargos públicos em repartições do governo estadual, encontrada na casa do deputado Edson Albertassi (PMDB), um dos presos na Operação Cadeia Velha, que investiga deputados estaduais acusados de receber propinas para favorecer interesses de empresas de ônibus. Contam da lista os nomes do prefeito Bernardo Rossi, como responsável por três indicações, e do deputado Marcus Vinícius, que teria feito seis indicações para cargos na cidade e mais 22 em outros municípios. Além deles, o deputado Márcio Pacheco aparece como responsável por uma indicação em Petrópolis.

A planilha, segundo os investigadores, era utilizada para controlar politicamente as nomeações, cobrando dos deputados votos para interferir na aprovação de leis ou investigações.

De acordo com os investigadores, foram 880 cargos distribuídos em seis órgãos estaduais, como Detran, Faetec e Secretaria de Segurança Pública.

A assessoria do prefeito Bernardo Rossi nega a existência de indicações. A do deputado Marcus Vinícius diz que não recebeu qualquer comunicação oficial sobre a lista, mas que os cargos devem ser comissionados, de livre nomeação e exoneração. Estes cargos, diz a assessoria em nota, “devem ser ocupados por pessoas indicadas, não pressupondo, em hipótese nenhuma, obtenção de vantagem ilícita, mas sim reconhecimento das pessoas que guardam habilidades pessoais e técnicas exigíveis para ocupação de qualquer cargo em comissão”.

A maioria dos cargos relacionados na planilha são da estrutura da Faetec, do Detran, Secretaria de Segurança Pública, Fia, Fundação Leão XIII e no programa Restaurante Popular, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. Em Petrópolis a maioria dos cargos é na estrutura do Detran.

Para investigadores, ouvidos pela TV Globo, o documento que estava num computador do parlamentar demonstra como deputados acusados de integrar uma organização criminosa que dominou o estado mantinham o controle rigoroso sobre nomeações de cargos no governo. A mesma planilha também servia para monitorar votos de aliados, interferir em leis ou investigações, segundo a força-tarefa.

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