Lava Jato prende no Rio empresário Mário Peixoto e ex-deputado Paulo Melo

14/05/2020 12:41

Policiais federais prenderam na manhã desta quinta-feira (14) o empresário Mário Peixoto e o ex-deputado Paulo Melo em operação realizada em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A operação Favorito é um desdobramento das Operações Quinto de Ouro e Cadeia Velha, etapas da Lava Jato no Rio de Janeiro, e investiga desvios de R$ 3,95 milhões em recursos públicos na área da saúde no Rio de Janeiro. Também foram cumpridos outros dois mandados de prisão preventiva.

Segundo o MPRJ, os valores foram repassados a uma organização social (OS) pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio, para a administração de unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

De acordo com as investigações, a organização social recebeu, desde 2012, pelo menos R$ 763 milhões do Fundo Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para a gestão das UPAs.

Os valores repassados à empresa responsável pelo fornecimento de alimentação às unidades de saúde eram superfaturados, o que beneficiava os alvos da operação de hoje.

As investigações apontam ainda que a organização criminosa teria inclusive aproveitado a situação de calamidade ocasionada pela pandemia, que autoriza contratações emergenciais e sem licitação, para obter contratos milionários de forma ilícita com o poder público.

“Ale?m disso, constatou-se, atrave?s de dia?logos interceptados em marc?o e abril de 2020, que a organizac?a?o criminosa vinha destruindo provas e realizando ac?o?es de contraintelige?ncia”, diz o MPF.

Um ex-presidente da OS é apontado como o chefe da organização e, segundo o MPRJ, contou com a ajuda de dois subordinados e dos responsáveis pela empresa fornecedora de alimentação às unidades de saúde e de outra empresa, fornecedora de insumos hospitalares, para articular o esquema criminoso.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias.

Defesa

A advogada Patrícia Proetti, que faz a defesa do ex-deputado, disse que sua prisão “mostra-se absolutamente descabida e atemporal” uma vez que o inquérito policial que apura possível conduta criminosa de outro investigado e supostas compras superfaturadas para montagem de hospital de campanha nada tem a ver com o ex-parlamentar.

No dia 20 de março, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio autorizou Paulo Melo a cumprir seu regime semiaberto inteiramente em prisão domiciliar, sem necessidade de retornar ao presídio enquanto houver a pandemia do novo coronavírus, conforme decisão da Vara de Execuções Penais.

Melo foi preso em 2017, no âmbito da Operação Cadeia Velha, e depois condenado por envolvimento em um esquema de corrupção com empresas de ônibus.

*Atualizado às 13h08

 

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