Lei Municipal incentiva a preservação do sagui-da-serra-escuro

21/12/2019 13:24

Um passo importante foi dado no município para a preservação da espécie Sagui-da-serra-escuro – Callithrix aurita. Foi sancionada a lei nº 7.899/19 que institui o Dia Municipal do Saguida-serra-escuro- Callithrix aurita. A publicação foi feita no Diário Oficial do dia 09 de dezembro. Nativa da Mata Atlântica do Sudeste, a espécie é ameaçada de extinção, e o objetivo da legislação é informar e orientar a população sobre a importância de sua preservação.

Além do incentivo pela data especial, o texto especifica ações pela conscientização e educação ambiental sobre a espécie. Que serão feitos pelo Programa de Conservação do Callithrix Aurita no Município. Com a realização de conferências, congressos, fóruns, painéis, seminários e simpósios que pretendem promover a congregação de diferentes atores sociais como o Poder Público, sociedade organizada, instituições de ensino e pesquisa.

Segundo o vereador Silmar Fortes, autor do projeto, o objetivo é discutir a diversidade de outras espécies dentro da educação ambiental. “O Aurita é a bandeira para que outros projetos sejam desenvolvidos pela educação ambiental e biodiversidade”, disse. No município, dentro da Secretaria de Educação, estão sendo desenvolvidas ações de educação ambiental envolvendo o Aurita. Na comunidade do Bonfim, próximo a sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), onde foi vista a espécie, estão sendo desenvolvidas atividades na escola municipal e Posto de Saúde da Família.

Presidente da Ong PREA (Programa de Educação Ambiental), doutor em ecologia e evolução pela UERJ, Rodrigo Salles de Carvalho faz parte do grupo de pesquisadores do Programa de Conservação dos Saquis-da-serra (PCSS). Desde 2014, o grupo faz um trabalho de mapeamento e coleta de dados para identificar a distribuição da espécie na Região Serrana do estado, e seu habitat. Foram encontradas espécies puras no Refúgio de Vida Silvestre Estadual Serra da Estrela, nas Reservas Biológicas de Araras e Tinguá e no Parnaso, em Petrópolis. 

Segundo Rodrigo, o aurita entrou no rol das espécies em extinção devido a alguns fatores: o primeiro deles é em relação a perda de espaço de área verde. A Região Serrana é populosa e urbanizada, ocupando áreas que antes eram de Mata Atlântica, afastando o Aurita de seu habitat. Outro fator é a invasão de saguis de outras regiões que afastam os nativos, como o saguido-tufo-branco (Callithrix jacchus), que em Petrópolis devido a sua grande população se transformou na chamada praga urbana.

Além do mapeamento, o PCSS desenvolve projetos para a reprodução da espécie em ambiente controlado. E realiza ações de educação ambiental. Rodrigo destaca que essa é uma das principais ações concretas que podem ajudar na preservação da espécie. “Não existe futuro se os seres humanos não trabalharem juntos. Investir na conscientização dos mais jovens é investir no futuro”, disse Rodrigo.

“A história de Petrópolis está intrinsecamente ligada às belezas naturais. E ter uma lei que envolva o governo e a área ambiental faz a cidade toda valorizar a beleza de seu habitat e seu patrimônio arquitetônico”, completa.

Últimas