Leila Pereira rebate fala machista de Kajuru e sugere banir Textor

05/jun 17:28
Por Estadão

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, foi ouvida pela CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta quarta-feira, em Brasília. No início da sessão, a mandatária retrucou o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) após uma fala considerada machista dita por ele.

“Normalmente mulher vai ao estádio e pergunta quem é a bola. Não é o seu caso”, disse Kajuru a Leila, que respondeu. “Kajuru, hoje tem presidente de clube mulher”.

Logo depois, a mandatária do time alviverde criticou John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo, em relação às acusações feitas pelo empresário americano sobre uma suposta manipulação de resultados para favorecer a equipe paulista no Campeonato Brasileiro de 2023.

“Eu não posso desqualificar dois títulos conquistados pelo Palmeiras. Eu sei do trabalho que temos dentro da equipe e como foi difícil conquistar esses títulos. Eu não posso deixar um estrangeiro vir aqui no Brasil falar essas coisas só porque perdeu o título por incapacidade deles”, afirmou Leila.

Leila continuou o depoimento dizendo que ainda não viu as provas apresentadas por Textor e que, caso ele não comprove o que está acusando, o empresário deve ser banido do futebol brasileiro.

“Ele precisa provar o que está dizendo. Se ele não comprovar, nós iremos ingressar com uma ação de indenização contra ele. Até agora, eu não vi prova nenhuma e não tenho dúvidas de que ele terá de ser banido do futebol brasileiro”, disse.

A empresária terminou seu depoimento com mais uma provocação a Textor. “O Jhon Textor tem que saber, que ele está na história do Botafogo porque perdeu um campeonato que estava na mão dele, sob responsabilidade dele, então ele vai ser lembrado pelo resto da vida por esse episódio.”

O clima de rivalidade entre Leila e Textor será transferido para campo, já que Palmeiras e Botafogo se enfrentam nas oitavas de final da Libertadores, com os jogos previstos para acontecerem no mês de agosto.

ENTENDA A ORIGEM DA DISCUSSÃO

Após a virada histórica do Palmeiras sobre o Botafogo por 4 a 3 no Campeonato Brasileiro de 2023, o time alvinegro reclamou bastante de um cartão vermelho direto ao zagueiro Adryelson, quando a partida estava 3 a 1. Os cariocas ainda tiveram um pênalti desperdiçado por Tiquinho Soares antes da remontada histórica. Ao fim da partida, o americano John Textor reclamou da arbitragem e afirmou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) era uma entidade corrupta. O presidente Ednaldo Rodrigues entrou com um processo contra o acionista alvinegro.

Em 2024, Textor veio a público afirmar que a existe manipulação de resultados no futebol brasileiro, afirmando que o Palmeiras era beneficiado há pelo menos duas temporadas. As alegações do acionista botafoguense são baseadas em relatórios da empresa francesa Good Game!, empresa francesa especializada em checar e analisar lances de arbitragem, como cartões vermelhos, impedimentos e gols anulados, por meio de inteligência artificial.

A denúncia motivou o Palmeiras a entrar com uma ação na Justiça do Rio contra Textor, exigindo a apresentação de provas concretas de manipulação. Leila disse considerar as alegações “uma vergonha”.

“Esse senhor, com o perdão da expressão, é um idiota. O que esse John Textor está achando é que o Brasil é uma bagunça e que as autoridades não tomam providência nenhuma. Para se coibir isso, acho que esse homem tem que ser banido do futebol brasileiro”, disse Leila, em entrevista ao programa ‘Roda Viva’, da TV Cultura. Por causa da declaração, Textor entrou com ação contra Leila Pereira no TJ-SP, alegando ‘injúria e difamação’.

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