Leis e privilégios imorais

24/01/2018 10:45

No Brasil, todos são honestos e respeitadores das leis desde que possam usufruir de privilégios mediante uma arma infalível – a bajulação. E tal comportamento presenciamos todos os dias nas atitudes dos políticos e dos grandes empresários, para os quais, não existem leis, somente privilégios. Em contrapartida, para os pequenos, o rigor das leis, sem privilégios e nem em sentido humanitário.

E recorro somente a dois exemplos opostos e similares – um político e uma empresa. Do político, uso o extremo deles – Lula – que, por algum motivo escuso, consegue mandar mais no país que as próprias leis se, ao assumir a presidência, desprezou a todas, atropelando a Constituição. E se a Justiça está lutando para enquadrá-lo, a Receita Federal nada faz para jogá-lo na “malha fina” e investigar toda sua fortuna, enquanto qualquer mortal tem as finanças esmiuçadas. Neste caso, apesar da Previdência Social, que é deficitária,  saber que ele armou um emprego fajuto para sua mulher, é beneficiado agora com gorda pensão enquanto a entidade dá caça às “bruxas pequenas” e o ignora. Por que o privilégio?

Do outro lado, cito a administração do Banco Itaú – hoje uma potência financeira, mas pequena quando abri minha conta há 45 anos. Instituiu em sua organização uma norma esdrúxula que foge a qualquer princípio moral – a proibição de seus funcionários receberem qualquer reclamação por escrito e muito menos fornecê-las como a ética comercial determina se, da mesma forma, dentro dos princípios legais, só vale como prova o que estiver escrito. Portanto, qual o amparo legal de tal comportamento se só nos leva a concluir que não assumem o que afirmam por motivos pra lá de duvidosos – como ocorreu comigo há um ano e voltou a ocorrer agora, por isenção ou covardia da gerência. Quem só sabe dar explicações apoiado nas leis, carece de argumentos lógicos porque, apesar de leis, são profundamente vulneráveis intrinsecamente.

Dois pesos e duas medidas, dois parâmetros para meu caso quando o lado mais fraco é do cidadão comum, que leva todas as consequências negativas para suas entranhas e que afetam todo seu comportamento e organismo, se nunca pode contar com o bom senso de quem quer que seja, muito menos por um simples ato humanitário com uma pessoa totalmente desprovida dos sentidos. Como disse o Dalai Lama – “Ética é mais importante do que religião” e complemento com os ensinamentos que adquiri – “Devemos falar menos de Deus e mais com Deus, por nossas atitudes”. Portanto, é a ética juntada aos princípios cristãos que norteiam o comportamento de cada um, apesar das leis, mas sem se tornarem capacho dos poderosos, para não se transformarem em seres abjetos. jrobertogullino@gmail.com

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