Leishmaniose: contágio, riscos e prevenção
Investir na prevenção de doenças é a melhor atitude que os donos de animais de estimação podem ter. O cuidado constante com seus pets ajuda a reduzir o risco de contágio e desenvolvimento de inúmeras doenças. Uma delas é a Leishmaniose.
Essa patologia é causada por um protozoário transmitido pela picada de um mosquito chamado flebótomo. Existem duas formas clínicas da manifestação dessa doença: cutânea e visceral. É importante ressaltar que a forma visceral não tem sido encontrada em Petrópolis, exceto em animais provenientes de áreas endêmicas.
Segundo a veterinária Maria Beatriz Pellegrini, esse tipo de mosquito não se reproduz na água, mas sim em matéria orgânica, como folhas em decomposição. Portanto, ambientes silvestres ou terrenos com grande quantidade de mata ou mesmo bananeiras são os locais ideais para a proliferação do inseto. "Na minha área de atuação mais ligada ao primeiro distrito, não tenho nenhum caso registrado, mas sei da ocorrência dessa doença nos distritos mais afastados, porém são casos raros, isolados".
Beatriz, que atende na Clínica Veterinária Amigo Bicho, destaca que o contágio se dá por meio da picada do mosquito e a doença pode acometer tanto cães quanto gatos, esses em menor frequência. "Por ser uma zoonose, os humanos também podem ser portadores da doença, porém, desde que haja a presença desse mosquito no ambiente".
Os principais sintomas apresentados pelos cães são: alterações na pele, como despigmentação do focinho, ressecamento de pelos, coxins e focinho e nódulos que evoluem para úlceras. Já nos gatos, nos quais são raros os casos, a doença se caracteriza por nódulos fechados e subcutâneos. É importante esclarecer que o principal risco da Leishmaniose para os animais é a morte e, para os humanos, sequelas físicas provocadas pela cicatrização das lesões.
Pellegrine conta que o diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais. E as formas de tratamento variam de acordo com o animal infectado. "Em gatos os nódulos podem ser removidos cirurgicamente. Já no caso dos cães há alguns medicamentos possíveis, mas o prognóstico é sempre ruim". A Leishmaniose tem cura, porém alguns animais podem ter uma melhora clínica, mas as reincidências são frequentes já que o microrganismo permanece no corpo do animal.
A melhor forma de evitar o contágio, assim como na maioria das doenças, é a prevenção. Existem coleiras que ajudam a repelir mosquitos e também alguns produtos de uso direto na pele. É importante também manter o ambiente no qual o animal fica sempre limpo, já que o mosquito se reproduz em locais com muita matéria orgânica.
"As mudanças impostas pelo ser humano ao meio ambiente obrigam a adaptação das espécies silvestres e isso não ocorre somente com saguis, jacus, capivaras, caxinguelês e outros bichos. Mas também em espécies com potencial nocivo, que muitas vezes precisam adquirir novas estratégias de sobrevivência. Portanto, é fundamental dizer que Petrópolis ainda não é um ambiente propício a uma grande proliferação desse mosquito", conclui Maria Beatriz.