Lenta comercialização da safra de grãos segura preço do frete em abril, diz Conab

24/maio 10:24
Por Equipe AE / Estadão

O lento ritmo de comercialização de soja e milho neste ano tem influenciado nos preços de fretes no País. As cotações dos serviços de transporte rodoviário dos produtos agropecuários se encontram em níveis mais baixos em comparação com 2023 na maioria das praças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou o Boletim Logístico deste mês.

Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul os preços de frete em abril ficaram mais baixos em comparação com mesmo período do ano passado, “mas há sinalização de reversão do quadro nos próximos meses”, ponderou a estatal, em nota.

Na rota mato-grossense com origem em Sorriso e destino em Santos (SP), cerca de 2.171 km, por exemplo, o valor do frete caiu 1% em abril passada ante igual mês de 2023, passando de R$ 465 a t para R$ 460 a t, mas aumentou 2% ante março de 2024 (R$ 450 a t).

Já na rota sul-mato-grossense com origem em Maracaju e destino em Paranaguá (PR), cerca de 1.127 km, o valor do frete caiu 28% entre abril deste ano e mesmo mês do ano passado, de R$ 279,67 para R$ 202,50 a t. No entanto, o porcentual de queda recua para 2%, quando comparado com março passado (R$ 206,67).

O superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, disse na nota que “em abril já foi possível observar redução na oferta de caminhões no principal Estado produtor de grãos no País, Mato Grosso, em grande parte por causa da migração para outros Estados, que têm demandado transportes.

Além disso, a proximidade do início da colheita de milho, tem feito com que espaços precisem ser liberados nos armazéns. Desta forma, alguma reação tem sido observada no mercado e maiores preços têm sido atribuídos aos fretes rodoviários”. E continuou: “Em Mato Grosso do Sul, as cotações se mantiveram ainda com tendência de baixa em abril, mas já se começa a registrar ligeiro aumento na movimentação de cargas no período”.

Segundo comunicado da estatal, na Bahia, além da demanda mais fraca, a alta oferta de prestadores do serviço influencia ainda mais nas baixas cotações. Na rota com origem em Luís Eduardo Magalhães e destino a Salvador (950 km), o valor do frete em abril de 2024 foi de R$ 200 a tonelada, representando queda de 42% em comparação com abril do ano passado (R$ 345) e de 9% ante março de 2024 (R$ 220).

No Piauí, a Conab verificou leve redução nos valores dos preços do frete, nas diversas rotas de escoamento mesmo com o mercado apresentando aumento significativo na demanda e mantendo-se bastante aquecido.

Já em São Paulo houve pouca variação nos fretes. Nenhuma praça paulista pesquisada apresentou aumento de preços e, em cinco delas, houve quedas.

No Paraná não houve um comportamento uniforme no Estado, com variação conforme a região analisada.

A exceção foi verificada em Minas Gerais. Quando comparado os preços de frete em abril deste ano com o mesmo período do ano anterior há aumento.

“Essa elevação pode ser explicada pela alta de 4,4% no volume das exportações mineiras do agronegócio no primeiro trimestre de 2024 em relação ao primeiro trimestre de 2023. Destaque para os embarques de café e açúcar. No entanto, as cotações do serviço se mantiveram relativamente estáveis em relação a março de 2024”, explicou a Conab.

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