Lição de caráter e de postura

03/12/2017 09:59

Todos os recursos são válidos quando se trata de ministrar “caráter e postura” aos nossos homens públicos e ao povo em geral. Por isto, para exemplificar a conduta necessária de um cidadão de bem e não um pseudo portador de tais qualidades, como a maioria de nossos políticos. E é justamente como se relata no comentário a seguir.

Em 2003, o deputado inglês Chris Huhne foi registrado, por um radar, em alta velocidade com seu carro. Na época, a então mulher dele, Vicky Price, assumiu a culpa. O tempo passou e aquele deputado passou a Ministro da Energia, só que o seu casamento acabou. Vicky Price decidiu vingar-se e contar a história verdadeira à imprensa. E como o fato ocorreu na Inglaterra, Chris Huhne, demitiu-se do ministério e depois do Parlamento.

Mas a história não terminou ali já que o fato ocorreu na Inglaterra, onde é “crime” mentir-se à Justiça e a mesma Justiça – num eterno respeito às leis que tão bem funciona – sentenciou o casal envolvido na fraude a oito meses de cadeia e uma multa de 120 mil libras, o que corresponderia hoje, aqui, em torno de 560 mil reais. Nada mal se o Brasil fosse um país sério, com autoridades públicas sérias e, da mesma forma, cidadãos sérios – não haveria dívida interna nem défit público e muito menos falta de verbas para atender aos princípios básicos de todas as necessidades de que o país carece, de norte a sul.

Portanto, no fato relatado, o mais positivo foi a declaração do Primeiro-Ministro David Cameron – “"É bom que todos saibam que ninguém, por mais alto e poderoso que seja, está fora do braço da Lei." E isto sem qualquer demonstração de remediar o assunto já que lá não existe fórum privilegiado nem conchavos para minimizar um erro cometido. 

Mas aqui não! Aqui tudo é dentro da total falta de caráter entre os três poderes – os políticos roubam, a justiça perdoa e o executivo oficializa a corrupção comprado políticos para se defender das falcatruas apontadas, provadas e transferidas “a posteriori”, já se sabendo, de antemão, que nada acontecerá com a pantomima dos 12 bilhões que representaram propina oficializada se os “supostos” destinos para obras dos diversos redutos eleitorais nunca verão a cor de tal verba que se “perderá” pelo caminho ou se transformará em mais um esqueletos de obras tão peculiares pelo país a dentro e, em especial, na região nordestina. 

Questionaram-me que o comportamento daqui é igual dos outros países e, para comprovar o inverso, cito a recente crônica de Roberto DaMata de 01.11.17, relatando dos fatos semelhantes ocorridos com ele nos Estados Unidos que, mesmo sendo um país bastante violento em determinados segmentos, seus homens públicos têm posturas que os daqui  ignoraram. – jrobertogullino@gmail.com

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