Líderes se reúnem sobre clima, após confirmação de que 2023 foi ano mais quente da história

19/mar 13:07
Por Patricia Lara, especial para o Broadcast* / Estadão

O ano de 2023 foi o mais quente já registrado, além de ter sido acompanhado também por recordes de calor oceânico, aumento do nível do mar, perda de gelo marinho na Antártica e recuo das geleiras, confirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em relatório divulgado, nesta terça-feira, 19.

O documento servirá como referência para reunião ministerial sobre o clima de Copenhague, que será realizada de 21 a 22 de março, e que contará com a presença de líderes focados em assuntos climáticos e ministros de todo o mundo. O reforço das Contribuições Nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês) dos países antes do prazo de fevereiro de 2025 estará no topo da agenda, tal como a celebração de um acordo ambicioso sobre financiamento na COP29 para transformar os planos nacionais em ação, diz a OMM. As NDCs são as metas e compromissos de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) que cada país definiu para si a partir do Acordo de Paris, assinado em 2015.

O relatório da OMM confirmou que a temperatura média global próxima da superfície foi de 1,45 grau Celsius (com uma margem de incerteza de ? 0,12ºC) acima da referência básica do período pré-industrial. O Acordo de Paris tem como objetivo principal não permitir que o planeta se aqueça além de 1,5ºC até o final do século 21.

“Nunca estivemos tão perto – embora de forma temporária neste momento – do limite inferior de 1,5ºC do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo. “A comunidade da OMM está acionando o alerta vermelho para o mundo.”

Os extremos meteorológicos e climáticos podem não ser a causa principal, mas são fatores agravantes da insegurança alimentar, de acordo com o relatório. Citando dados da Programa Alimentar Mundial, o documento destacou que o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda em todo o mundo mais do que duplicou, passando de 149 milhões antes da pandemia de covid-19 para 333 milhões de pessoas em 2023.

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