19/10/2019 14:00

Incentivar as crianças a terem o gosto pela leitura. Este é o objetivo do projeto Bem Literário, fundado pela empreendedora Clarisse Fonseca, 75 anos que guarda em suas memórias o tempo que conviveu com o escritor Cláudio de Souza. “Quando ele morreu tive a primeira experiência com a morte, quando tinha dez anos”, contou segurando as lágrimas.

O pouco tempo de convivência com o escritor foi o suficiente para marcar sua vida e lhe dar a direção que faz dela uma das empreendedoras literárias da Cidade Imperial. Nas próximas semanas, mais um livro será lançado para o publico infantil com o título “Memórias Fotográficas” de Leferr Fonseca. O lançamento ainda não tem data marcada, mas, o autor afirma que tão logo seja confirmado será divulgado para o público. “Este é mais um trabalho do projeto desenvolvido pela Bem Literário que tem a frente a minha mãe, Clarisse”, disse Leferr. 

O projeto tem por objetivo desenvolver habilidades socioemocionais dos alunos através da reflexão das temáticas abordadas nas obras “Liebe o menino chamado amor” – “Liebe a vida continua…”  –  “Memórias Fotográficas Liebe”. Ainda de acordo com o projeto, é por meio da leitura mediada da história que os alunos serão ajudados a enfrentar situações delicadas que interferem ao longo de sua vida escolar e ainda, incentivar a prática da leitura.

Clarisse Fonseca atuou 24 anos como sócia de sua filha Adilara, no Instituto Petropolitano Apogeu Cultural, formando centenas de alunos, de cidadãos brasileiros. Há seis anos, vem investindo, apoiando e atuando diretamente no Projeto Bem Literário. Em 2013, fundou a editora Sago (hoje Bem Literário), com intuito de publicar em parceria com seu filho Leferr, autor da obra “Liebe o menino chamado amor” o primeiro livro da série que encantou e vem encantando milhares de novos leitores. 

Gestora do projeto, tem se dedicado juntamente com sua equipe, à promoção do Bem Literário, através da divulgação nas secretarias municipais de educação, cultura e instituições. Surpreendida com os resultados nas escolas e instituições, com a colaboração dos gestores, equipe escolar, alunos e familiares, por seus envolvimentos, dedicação e criatividade, viu surgir naturalmente uma ferramenta para somar com a educação sociocultural através do projeto Bem Literário, que ao longo dos anos, vem recebendo excelentes avaliações. 

Filha de Francisca Justen Fonseca e Luiz da Silva Fonseca, Clarisse nasceu na cidade de Petrópolis no ano 1944 e viveu até os 10 anos de idade, onde é hoje a Casa de Cultura Claudio de Souza, patrimônio do Museu Imperial. Nessa época, desde pequenina, os ares da literatura e da cultura, influenciavam sua alma. Comunicativa, adorava expressar suas opiniões sobre a vida e sua maneira de pensar. 

Em 2011, foi homenageada com a reinauguração da Casa Cláudio e Souza, doada pelo patrono para se tornar um novo espaço cultural, com intuito de beneficiar a população da cidade. Para que ficasse registrada, um painel com uma linda foto sua ampliada na parede, de quando criança, ao lado do médico e escritor Cláudio de Souza que ajudou criá-la com todo amor e carinho, leva seu nome por completo, como se estivesse escrito em alto relevo em seu coração.

As memórias de sua infância ainda estão espalhadas por cada cômodo. Com seu jeito solidário de ser, acreditando que sempre podemos fazer mais, colaborou e enriqueceu o acervo daquela querida casa que faz parte de sua história e de sua cidade, doando assim, uma máquina de escrever que havia ganhado de presente do próprio Claudio, da qual ele escreveu muitos de seus livros, que compõem o acervo da biblioteca da casa. Ela não imaginava que anos depois, aquela simples máquina de escrever, influenciaria a sua vida e a de seus filhos. Com uma personalidade marcante, sempre enxergou a beleza nas coisas mais simples da vida. Para ela, a verdadeira motivação não é aquilo que te anima, mas aquilo que te transforma.

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