Lockdown e 10 – 4

19/05/2020 00:01

Para os sobreviventes da gestão participativa, reduzidos a tentar entender o que acontece, a multiplicação grotesca de expressões em Inglês bate na insensatez. Ameaçar as pessoas com lockdown em vez de usarem os “fechamento” ou “paralisação” é querer que o povo não entenda chongas.

Não explico podcast por não saber o que é, mas live é o “ao vivo” que ouvi durante mais de oitenta anos. Virou laive, cheira a Maiami, deve ser coisa fina a merecer um “laique”. Um amigo, vereador em Fortaleza, presenciou uma senhora idosa, a puxar uma porta com o letreiro “push”. Era para empurrar, mas nos Esteites. Propôs uma Lei para que se escrevesse e falasse Português em Fortaleza.

Paralisar na marra um Município, bairro ou rua, é coisa séria. Pode ser remédio necessário, embora me assuste a falta de gestão participativa livre.  Os prefeitos e vereadores usam ser de rala competência. Confinar ou até paralisar áreas urbanizadas é de relativa facilidade. Fazer o mesmo lá onde o Poder Público raramente ou nunca pisa, o “outro lado de Petrópolis” de Vicente Loureiro, Maria Helena Arrochellas e o casal Paulo e Anna Maria Rattes, é outro papo. Assim ouso perguntar qual o efeito da paralisação de um bairro enquanto o outro continua vivendo como Papai do Céu é servido, sem nenhuma interferência de nossos caros “representantes”?

Em 1986 havia 28 morros, hoje “bairros” ou “comunidades” (é o progresso): Nª Sº de Fátima, Bataillard, Buraco do Caxambu, Cantinho do Cemitério, Caminho da Esperança,  Comunidade S. João Batista, Contorno I, Contorno II, Duques, João Xavier, Morro dos Anjos, Mata Cavalo, Morro do Alemão, Morro da Glória, Morro do Naylor, Morro da Oficina, Morro da Prefeitura, Morro da Presidência, Morro do Quarteirão Brasileiro, Morro do Vai-Quem-Quer, Pedro Ivo, Pedro do Rio, Pista de Esqui, Praça dos Desabrigados, Sargento Boening, Vai Quem Quer II, Veridiano Félix, 24 de Maio e Do Outro Lado. Desde Vicente Loureiro, não sei de quem tenha mapeado e levantado a evolução ou involução, talvez a multiplicação dessas áreas, que não creio tenham encolhido. Pergunto: vão locdaunar as comunidades também? No Rio, a Maré e o Alemão?

Sou veterano de confinamento. Não saía por patologias cardíacas,há dois meses continuo, agora em função do COVID-19. Permito-me repassar algumas conclusões de um observador da janela que dá para a Rua Paulo Lobo de Moraes. A primeira é ser tola a comparação dos números absolutos de casos e de óbitos. A China e a Índia têm mais de 1,3 bi de habitantes cada uma, fica ruim de comparar com a Irlanda, Qatar, Suíça ou Bélgica. Mas é o que faz a Imprensa. A segunda é que haverá um período de meses ou ano entre o pico e a normalidade, no aguardo da vacina ou solução. Recomendo que busquem na net matérias sobre a regra 10 – 4, proposta pelo Instituto Weizmann de Israel, que propõe um modelo de rodízio que assegura uma taxa de contágio inferior a 1, com base científica farta. Petrópolis está bem em computação e TI. Que tal um contato com o Weizmann? Coloco os dados que tenho ao dispor, e espero sentado algum interesse. Cuidado: não por muito tempo.

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