Longevidade aumenta a incidência de casos de câncer nos bichinhos de estimação

26/08/2015 12:00

Não raro, é possível encontrar nos dias de hoje animais de estimação que  chegam aos 18, 19 e até 20 anos. Este crescimento na sobrevida dos cães e gatos é possível devido à qualidade de vacinas e adoção de uma alimentação balanceada.

Segundo a médica veterinária e oncologista Mariana Cazaux, apesar do benefício de se ter um companheiro por mais tempo, os bichinhos também sofrem. “A consequência da longevidade são as doenças típicas da velhice, como cardiopatias, problemas endocrinológicos e câncer”, ressalta.

O câncer é uma patologia grave e muitas vezes tratável, embora diminua a qualidade de vida dos animais, já que causa dor, alterações sanguíneas e frequentemente exige tratamento cirúrgico, quimioterápico e radioterápico.

“Uma forma de evitar os tumores mamários, por exemplo, um dos tipos mais comuns nos animais de estimação, seria a castração de cadelas e gatas antes do primeiro cio”, explica Mariana, complementando que outros tipos de alta incidência são os cânceres de pele e no sangue.

Os sintomas mais comuns são: diminuição da atividade física, perda de apetite, emagrecimento, nódulos visíveis pelo corpo, feridas que nunca cicatrizam e fraqueza. Assim como nos casos humanos, o diagnóstico precoce nos animais aumenta as chances de cura do paciente. O maior conhecimento na oncologia veterinária, a precisão de exames de sangue, imagem e biópsia, as técnicas operatórias mais modernas e os medicamentos mais acessíveis são alguns dos fatores que só vêm a fortalecer as estimativas.

Ainda falando de recursos, Petrópolis passou a contar nesta semana com um tratamento avançado no combate ao câncer: a eletroquimioterapia. Com o procedimento é possível potencializar o efeito das medicações quimioterápicas com a utilização de pulsos elétricos no próprio tumor. “A técnica traz em muitos casos a cura de pacientes que antes não teriam opções tão eficazes. Para muitos tumores, é uma opção bastante promissora”, garante a veterinária.

Seja qual for o tratamento, quando se fala em câncer também é preciso estar preparado para os efeitos colaterais. Geralmente, os animais apresentam náuseas, distúrbios gastrointestinais e imunossupressão. Algumas medicações podem causar queda de pelo. Nos casos de neoplasias ósseas, pode ser necessário realizar a retirada de membros. “Apesar das possibilidades de reações, os animais costumam tolerar muito bem os efeitos colaterais dos tratamentos, até mesmo melhor do que as pessoas, mas é claro que isso é muito individual”, explica.

Dependendo do tipo de tratamento escolhido, como quimioterapia, por exemplo, deve-se ter cuidado com a eliminação de urina e fezes em virtude da liberação de resíduos por esses veículos, mas é algo de fácil adaptação familiar.

Quando se fala em câncer há uma gama imensa de possibilidades, que dependem da agressividade dos tipos e tratamentos disponíveis para cada bichinho. “O objetivo sempre será o da qualidade de vida e interação com a família, sendo necessário que após a cura ou regressão da doença, o acompanhamento médico seja realizado a cada três ou seis meses até completar dois anos”, finaliza.

A oncologista Mariana Cazaux atende na Clínica Veterinária Amigo Bicho,  Rua Montecaseros, nº 414, em Petrópolis.

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