Loretta Lynn, lenda da música Country, morre aos 90 anos

04/10/2022 16:55
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

A cantora Loretta Lynn, lenda da música country dos Estados Unidos, faleceu aos 90 anos, segundo um comunicado de sua família enviado à imprensa. “Ela morreu pacificamente enquanto dormia” em seu rancho no Tennessee na manhã desta terça-feira, 4, disse sua família em comunicado enviado à AFP.

Lynn viu várias de suas músicas ousadas banidas das estações de rádio de música country, mas ao longo de seis décadas na indústria ela se tornou uma porta-estandarte do gênero e sua artista feminina mais proeminente.

Nascida em 14 de abril de 1932 com o nome de Loretta Webb em uma pequena cidade de Kentucky, Lynn era a filha mais velha de uma família pobre com oito filhos.

Uma infância que imortalizou na canção Coal Miner’s Daughter (Filha de um mineiro de carvão, em tradução livre), sucesso de 1970, essencial nas listas das melhores canções de todos os tempos. Com apenas 15 anos, ela se casou com Oliver Vanetta Lynn, com quem permaneceu casada por quase 50 anos até sua morte em 1996.

Eles se mudaram para uma pequena cidade madeireira no estado de Washington, onde quatro dos filhos da artista nasceram antes de ela completar 20 anos. Pouco depois, viria a gravidez de gêmeos.

Seu marido, um grande admirador de sua voz, deu a Lynn um violão no início dos anos 1950, que acabou sendo um presente do destino. A cantora autodidata, que inspirou suas letras em suas próprias experiências como uma jovem esposa e nos problemas de seu relacionamento, então teve uma carreira prolífica que veria o lançamento de dezenas de álbuns.

Lynn formou sua própria banda, Loretta and the Trailblazers, e começou a cantar em bares antes de lançar seu primeiro hit, I’m a Honky Tonk Girl, em 1960.

“A maioria dos compositores escreviam sobre se apaixonar, terminar e ficar sozinho, coisas assim”, disse Lynn ao The Wall Street Journal em 2016. “O ponto de vista feminino que eu estava descrevendo era novo”.

Número um

A cantora começou a viajar para divulgar suas músicas no rádio e apareceu pela primeira vez no lendário palco do Grand Ole Opry em 1960, em Nashville, onde se tornaria a artista mais aclamada. Lynn formou uma aliança criativa de longa data com Conway Twitty, tornando-se um dueto clássico no país.

Em 1966, a artista encadeou seus sucessos Dear Uncle Sam, sobre a Guerra do Vietnã, e You Ain’t Woman Enough (To Take My Man), que fez de Lynn a primeira cantora country a escrever uma música que chegou a ser número um.

Em 1969 lançou o polêmico Wings Upon Your Horns, no qual descreve a perda da virgindade de uma adolescente através de uma metáfora religiosa. Em 1975 editou The Pill, um elogio à liberdade concedida pela pílula anticoncepcional.

Carreira de honras

Em 1988, Lynn entrou no Country Music Hall of Fame como uma de suas figuras lendárias.

Ao longo de sua vida, Lynn recebeu quase todas as honras artísticas possíveis, incluindo a prestigiosa Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria concedida a um civil nos Estados Unidos, entregue em 2013 pelo então presidente Barack Obama.

Apesar dos temas que suas letras abordavam, Lynn insistia que sua música “não tinha intenções políticas”.

A cantora exibiu uma inclinação republicana durante a maior parte de sua vida, frequentemente se apresentando em eventos para candidatos de direita, incluindo Donald Trump em 2016, embora também tenha demonstrado apoio a democratas como Jimmy Carter.

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