Lula lembra discurso de 2002, defende ‘mudança’ e critica herança de Bolsonaro

01/01/2023 16:00
Por Amanda Pupo, Giordanna Neves, Eduardo Rodrigues, Sofia Aguiar e Lavínia Kaucz / Estadão

Em seu primeiro discurso após ser empossado pelo Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma viagem histórica e relembrou sua participação na Constituinte e o seu primeiro mandato há 20 anos. Citou a palavra “mudança”, destacada no seu pronunciamento de posse em 2003.

“Quando fui eleito presidente pela 1ª vez, ao lado do José Alencar, iniciei o discurso de posse com a palavra mudança. A mudança que pretendíamos era simplesmente concretizar os preceitos constitucionais. O direito à vida digna, sem fome, com acesso ao emprego, saúde e educação”, disse Lula.

O presidente citou realizações dos seus dois primeiros mandatos e afirmou que, diante do avanço da miséria e regressão da fome, é preciso repetir o discurso de 20 anos atrás. Sem citar nominalmente o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula destacou que o governo adversário destruiu as políticas públicas do País e dilapidou as estatais e os bancos públicos, nos quais os recursos “foram raptados para saciar rentistas”.

“O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública”, continuou Lula.

Reconstrução do país

Ao ser empossado no cargo, Lula assumiu o compromisso de “reconstruir” o País e resgatar milhões da pobreza e da fome. “É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o País e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”, disse Lula, no primeiro discurso à Nação após ser empossado no Congresso Nacional como 39º presidente da República do Brasil.

Ele destacou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pelo Congresso para viabilizar o pagamento de R$ 600 no Bolsa Família, afirmando que “não seria justo e honesto pedir paciência para quem passa fome”. “Diante do desastre orçamentário que recebemos, apresentei ao Congresso Nacional propostas que nos permitam apoiar a imensa camada da população que necessita do Estado para sobreviver. Agradeço à Câmara e ao Senado pela sensibilidade frente às urgências do povo brasileiro. Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra.”

Para Lula, nenhuma nação se ergueu “nem poderá” se erguer sobre a miséria de seu povo. “Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita”, disse.

Últimas