Luxemburgo vê Corinthians ‘para baixo’ e diz entender protesto: ‘Seria errado se aplaudissem’
O técnico Vanderlei Luxemburgo fez sua estreia no Corinthians, duas décadas depois de sua última passagem pelo clube, e amargou uma derrota por 2 a 1 para o Independiente Del Valle na Neo Química Arena, resultado que complicou o time na Libertadores. Ao final da partida, ouviu protestos, mas foi poupado. Os gritos eram direcionados aos jogadores e principalmente ao presidente Duílio Monteiro Alves e ao gerente de futebol Alessandro Nunes. Para Luxemburgo, diante do turbilhão vivido pelo clube nos últimos dias, não tinha como a atmosfera após nova derrota ser diferente.
“Se a gente saísse aplaudido, algo estaria errado. Não tem como sair aplaudido. Não é novidade para nós perder e sair daqui com o pessoal reagindo assim. Vem reclamação, vem cobrança. Tem que fechar, trabalhar e saber que pode mudar. O futebol permite isso. Podemos ter uma vitória. Temos que ter tranquilidade para trabalhar. A cobrança que tem o Corinthians é pela grandeza. O Corinthians é uma coisa que nenhum treinador pode rejeitar ou deixar de ir para o Corinthians. Não é um desafio, é uma grande oportunidade de realizar um grande trabalho novamente”, disse o treinador.
Luxemburgo deu coletiva ao lado de Róger Guedes, que balançou a rede novamente. Antes da coletiva, o artilheiro falou no gramado sobre a chegada do treinador e foi bastante realista quando questionado se Luxa era o nome certo para o Corinthians. “O cara certo vai ser se a gente ganhar, futebol é resultado, não adianta. Mas o currículo dele vai nos ajudar. Chegou ontem, não conseguimos trabalhar, implementar o que ele quer”, afirmou.
Durante a coletiva, Guedes estava desgastado e economizou nas palavras. “Estou feliz pelo meu momento, mas tem de encaixar as vitórias. Estamos em busca do resultado positivo, sabemos que lutamos até o final, infelizmente a bola não entrou. Poderíamos ter saído com um resultado melhor”, disse ao avaliar a partida. Na posição de um dos poucos jogadores poupados das críticas, tentou valorizar os colegas. “Sem eles, eu não estaria fazendo os gols. O Adson teve mérito pela assistência Estou feliz pelo meu momento, mas tem de encaixar as vitórias”.
O momento conturbado tem afetado o psicológico de alguns jogadores, como ficou claro pela reação de Maycon após o erro que gerou o segundo gol do Del Valle. Ao ser substituído, o volante caiu no chão no banco de reservas. Em um dia no clube, Luxemburgo percebeu o abatimento do elenco.
“Eu tenho um grupo, neste momento, muito para baixo, em função da instabilidade do momento. Nós vamos crescer. Não existe ‘eu perdi’, é ‘nós perdemos’. Juntar os cacos e pensar no jogo seguinte. Nós já estamos fora da Libertadores? Não, eles ganharam aqui, nós podemos ganhar fora”, afirmou. “No futebol, nada mais surpreende a gente. Essas coisas não me assustam”, completou.
Em busca de aplacar a crise, o Corinthians tem uma série dura de jogos pela frente no mês de maio. Enfrenta Fortaleza, Botafogo e o rival São Paulo pelo Brasileirão, antes de inciar a disputa das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG. Depois, inicia o segundo turno da fase de grupos da Libertadores, contra o Argentino Juniors, e ainda encara o Flamengo pelo campeonato nacional.