Mais de 100 trabalhadores que atuam na construção da nova subida da serra devem ser demitidos
Mais de 100 trabalhadores que estão atuando na obra de construção da nova subida da serra devem ser dispensados amanhã. Isso foi o que informou o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Siticommm). Outros 274 foram demitidos nos últimos meses e entraram com uma ação coletiva para receber na Justiça os direitos trabalhistas, como rescisão, FGTS e multa dos 40%. Além disso, o consórcio responsável pelas obras já está desmobilizando os canteiros das obras e também lacraram as entradas do túnel de 5km, que estava sendo construído. Segundo um dos diretores do Siticommm, José Aílton, o consórcio informou que as obras podem ser retomadas no fim do ano.
Com isso, as obras que deveriam ser finalizadas em 2017 devem atrasar ainda mais. A Concer, concessionária que administra a rodovia, afirmou que já cumpriu o percentual que cabia à concessionária, previsto no contrato de concessão assinado em 1995, em relação à obra da Nova Subida da Serra. Disse ainda que aguarda posicionamento da ANTT em relação ao reequilíbrio financeiro das obrigações contratuais da Concessão, em razão do atual cenário econômico. Mas, afirmou que tão logo o termo aditivo ao contrato de concessão seja assinado pela agência, a empresa deve retomar o ritmo normal das intervenções, estabelecendo um novo prazo de conclusão do empreendimento.
Na terça-feira, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apresentou um estudo com ações prioritárias para o desenvolvimento da Região Serrana, incluindo Petrópolis. O Mapa do Desenvolvimento aponta a conclusão da estrada como fundamental para as indústrias que estão na cidade, uma vez que influenciam diretamente na questão da mobilidade urbana.
O assunto também é constantemente discutido pelos representantes do comércio. Para Marcelo Fiorini, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), a paralisação das obras representa um entrave econômico para a região. Ele acrescenta que a Concer precisa, por enquanto, dar atenção à atual subida, que está em condições precárias. Ele reforça ainda que tudo o que acontece na serra prejudica diretamente a economia do município, principalmente os Polos de Moda.
Para Mauro Corrêa, do Instituto Civis, a construção dessa nova pista tem uma importância econômica muito grande. Porém, na opinião dele, a obra não será finalizada antes de 2020. “As entidades demoraram para reagir”, acredita.
A ANTT foi questionada sobre o assunto, principalmente com relação ao reequilíbrio financeiro apontado pela Concer, e em nota a assessoria respondeu que a ANTT já analisou a questão abaixo e a área técnica da Agência está procedendo aos ajustes solicitados pelo Tribunal de Contas da União nos pontos em que considera pertinentes e recorrerá dos demais.