Mais de 2,3 mil casos de violência contra a mulher foram registrados em Petrópolis no ano passado: seis ocorrências por dia

18/10/2021 21:03
Por Raphaela Cordeiro

Dados do Dossiê Mulher 2021, divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, apontam que 2.368 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no ano de 2020, em Petrópolis – o que resulta em uma média de seis casos por dia.

É importante destacar que este não é o número total dos casos, uma vez que muitas mulheres, por medo ou vergonha, acabam não registrando os casos. O documento aponta uma leve queda nos casos em relação ao ano de 2019, quando 3.003 mulheres foram vítimas de violência.

Considerando os cinco tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, em Petrópolis, a maior parte das vítimas registrou crimes relacionados à Violência Psicológica, sendo 778 casos deste tipo. Em seguida, está a Violência Física, com 744 casos e a Violência Moral, com 607 casos. A Violência Patrimonial e a Violência Sexual registraram 122 e 117 casos, respectivamente.

Além disso, o documento mostra que, em Petrópolis, a maior parte das vítimas sofreu algum tipo de violência por descumprimentos de medidas protetivas de urgência.

Casos de violência no Estado do Rio de Janeiro

Cerca de 98 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no Estado do Rio em 2020. Ao todo, 98.681 vítimas se direcionaram a uma delegacia da Secretaria de Estado da Polícia Civil (SEPOL) para relatar alguma forma de violência. Isso significa que, por dia, 270 vítimas mulheres sofreram alguma forma de violência, em todo o Estado do Rio de Janeiro.

A maior parte das vítimas encontrava-se na capital (34,7%) e no interior do estado (32,7%), que apresentaram percentuais semelhantes. A Grande Niterói foi a região com o menor número de vítimas (7,8%), cerca de três vezes menos que a Baixada Fluminense (24,7%).

O Dossiê Mulher 2021 aponta ainda que o confinamento gerado pela pandemia da Covid-19, no ano de 2020, levou ao aumento do convívio, intensificando as possibilidades de tensionamento das relações interpessoais, em especial entre as vítimas e seus agressores. Isto porque, a maior parte das vítimas conhece os seus agressores e a pandemia desencadeou o aumento das violências nos espaços domésticos.

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