Mais de 44 mil pessoas deixaram os planos de saúde nos últimos três anos

09/04/2018 09:11

Dados da Prefeitura mostram que a rede municipal de Saúde ganhou, de 2016 a 2018, quase 44 mil novos pacientes. São moradores de Petrópolis que desistiram, seja por questões financeiras ou por insatisfação com o atendimento, de pagar planos de saúde particulares. Eles representam 15% do total de usuários dos sistemas privados do período. Hoje, a rede municipal atende a pelo menos 210 mil moradores, o equivalente a 70,59% da população do município.

Dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) apontam que nos últimos três anos, exatamente o mesmo período em que houve uma queda de 15% no total de usuários, o número de pedidos para emissão do cartão do SUS teve um aumento de 20% – com média de 40 documentos emitidos por dia pela Secretaria de Saúde. Para absorver essa nova demanda, a Prefeitura vem aprimorando a gestão da rede e mantendo o diálogo com o Judiciário, Legislativo e o Conselho Municipal de Saúde. Além disso, aumentou em 10% o volume de recursos previstos no orçamento para a área – agora são R$ 300 milhões. Além disso, há ainda R$ 5 milhões em emendas previstas para desenvolvimento de novos projetos na área.

Dificuldades financeiras pesam na decisão de desistir do plano de saúde 

As dificuldades financeiras levaram muita gente da classe média a abrir mão da cobertura dos seguros médicos nos últimos anos. Para conseguir atendimento, essas pessoas estão recorrendo ao SUS. O município conta com 37 postos de saúde da família, oito unidades básicas de saúde, dois centros de saúde, duas UPAS, um pronto-socorro e dois hospitais, além das unidades de saúde mental, centro odontológicos, entre outros serviços.

A pedagoga Márcia da Silva, 48 anos, teve que abrir mão do plano de saúde no segundo semestre de 2017. Investindo em cuidados preventivos, ela fez o Cartão do SUS para iniciar o check-up clínico anual. “No início é um baque. O sonho de todo mundo é ter um plano de saúde e abrir mão foi doído. Eu até tentei fazer particular, mas, apesar de as consultas saírem a preço popular, os exames são muito caros. Hoje venho o meu cartão otimista de que vou conseguir manter meus cuidados preventivos com a saúde. Tenho observado que tem melhorado bastante e a gente sempre espera que melhore ainda mais o atendimento”, avalia.

A comerciante Selma Lopes Oliveira, 43 anos, buscou a central de regulação de exames para autorização de um procedimento. O pai dela, de 70 anos, deixou de ter plano no ano passado. Por causa da idade, os custos aumentaram muito e comprometeram grande parte do dinheiro da aposentadoria.

“Nós não conseguimos renovar. Os custos são muito altos. Hoje vim para me informar sobre o que fazer. A gente, que sempre teve a comodidade do plano de saúde, fica um pouco sem chão, mas hoje saio daqui satisfeita em saber que meu pai poderá continuar o tratamento dele”, disse.

Últimas