Mais de 7 mil interdições passarão por reavaliação da Defesa Civil

Nova etapa de trabalho vai definir quais imóveis serão condenados e quais poderão novamente ser habitados

21/05/2022 05:00
Por João Vitor Brum

Pelo menos sete mil imóveis foram interditados pela Defesa Civil após as chuvas que atingiram Petrópolis em fevereiro e março deste ano. Agora, o órgão vai começar uma nova etapa do trabalho, com a reavaliação de cada casa interditada para que seja definido quais imóveis já podem voltar a ser habitados, quais estão condenados e quais ainda precisam de algum tipo de intervenção na região para que possam ser liberados. Além disso, todo o plano de resposta da cidade precisará ser revisto.

No total, mais de 11 mil laudos de vistorias de áreas e imóveis afetados em função das chuvas foram emitidos pelas equipes da Defesa Civil, e cerca de 63% deles resultou na interdição de imóveis. 

“Algumas edificações foram interditadas porque estavam em área de risco, só que, no primeiro momento, se interditou por polígono, em especial nas duas primeiras semanas. Agora, vamos de casa em casa avaliar a situação. Se está em um polígono interditado anteriormente, vamos avaliar se ainda está em risco, se as obras no local foram iniciadas, se há condição da pessoa voltar. Se não houver condições, a interdição continua. Vão haver casos em que novas avaliações vão precisar acontecer, à medida que as obras forem avançando”, explicou o secretário de Defesa Civil, Gil Kempers, em entrevista à Tribuna.

No caso de casas que forem desinterditadas a partir das novas vistorias, o secretário destaca que será feito o compartilhamento de informações com a Assistência Social para que o Aluguel Social da família, se for o caso, seja cancelado.

“A casa vai ser desinterditada ou vai seguir interditada para uma nova avaliação. Tem casa que não pode ser desinterditada mais, enquanto outras não podem nesse primeiro momento, mas podem ser reavaliadas em outras situações. Se a casa for desinterditada, a Assistência Social é notificada para que a pessoa pare de receber o Aluguel Social”, disse Kempers.

A partir de agora, será necessário repensar todo o trabalho da Defesa Civil, como explica o secretário.

“A verdade é que nenhuma Defesa Civil, de nenhuma cidade, está preparada para 11 mil ocorrências. O total em 2022 se iguala ao de toda a última década. Estamos falando de quase oito mil escorregamentos. É preciso repensar os modelos, repensar os processos, fazer uma revisão do plano municipal de redução de risco e desastres, um novo mapeamento de risco, classificar quais são as localidades de risco que antes não eram, reavaliar a cidade como um todo, para construir resiliência a curto, médio e longo prazo”, avaliou Kempers.

Simulados de inundação devem ser feitos no Centro

Para que a população esteja preparada para o caso de novas tempestades, a Defesa Civil deve realizar simulados de inundação no Centro Histórico e manter os trabalhos de conscientização e simulação do toque de sirene nas comunidades. 

“A população ainda está assustada. O tempo fecha e começa o desespero, as pessoas se preocupam. Vamos fazer um simulado de inundação no Centro, para que as pessoas ganhem confiança nos protocolos. Não adianta colocar uma placa e falar, as pessoas devem saber como funciona, pensar de forma preventiva e fazer a cidade se movimentar em relação a isso”, disse Gil Kempers.

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