Manifestação contra Petro Ita e Cascatinha é realizada no Centro

*Atualizado às 12h11 para inclusão da resposta da Polícia Militar

Uma manifestação contra as empresas Petro Ita e Cascatinha foi realizada na noite desta segunda-feira (18), no Centro de Petrópolis. A entrada e saída para veículos do Terminal Rodoviário do Centro foram bloqueadas. Na Rua Caldas Viana, os ônibus das duas empresas também foram bloqueados pelos manifestantes.

“Temos três ônibus e todos os dias temos ocorrências de ônibus quebrados. Inclusive, neste momento (por volta das 18h30), o João de Deus está quebrado na entrada do Quarteirão Brasileiro. Os ônibus quebram e temos que subir a pé, acontece diariamente”, disse a moradora do Quarteirão Brasileiro, Michele Cirilo, 43.

Equipes da Polícia Militar, Guarda Civil e também da CPTrans estiveram no local. Os manifestantes tentaram sair às 19h em passeata pelo Centro, mas um agente da guarda municipal, acompanhado por PMs, disse que eles só poderiam ir pela calçada, com as faixas fechadas.

“A passagem aumenta, mas a melhoria não. Só queremos nosso direito”, disse a moradora da Comunidade do Neylor, Maria Cecília Brandt, 34. “Todo dia está tendo um ônibus só, quando tem. Hoje mesmo, ficamos o dia inteiro sem ônibus”, complementou a moradora Kaylaine Silva, 21.

Alguns ônibus da Turp, devido ao bloqueio na Caldas Viana, passaram pela Rua Dr. Porciúncula durante o protesto. Ônibus da Cascatinha que tem a Travessa Prudente Aguiar como ponto final conseguiram driblar a manifestação. Os coletivos da Cidade Real mantiveram a operação normal, com exceção das linhas que param dentro do terminal e foram desviadas para a Rua Dr. Porciúncula.

A subida da Rua Santos Dumont também foi bloqueada. Os manifestantes deixaram passar apenas carros de passeio.

Também houve bloqueio na Avenida Imperatriz, por onde os coletivos estavam tentando fugir da manifestação no Terminal Centro. Uma fila de ônibus se formou no local, com veículos da Petro Ita e Cascatinha sendo impedidos de passar. Carros de passeio seguiam o trajeto normalmente.

No fim da manifestação, os participantes relataram truculência dos guardas municipais e da PM, que teriam usado spray de pimenta para dispensar o protesto.

Audiência será realizada nesta terça

Nesta terça-feira (19), a Primeira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro debate a transferência das linhas da Cascatinha para outras operadoras da cidade. Um dos objetivos da manifestação dessa segunda (18) foi demonstrar a insatisfação popular com o serviço da empresa.

Na última semana, moradores registraram pelas redes sociais diversos problemas nos coletivos. Bairros ficaram sem o atendimento adequado do transporte público por quebras ou atrasos.

“A gente quer melhora”, disse a moradora do Jardim Salvador, Eva Lourenço, 60, sobre a expectativa para a decisão do TJRJ. “Está difícil pra gente trabalhar. Teve um dia que não teve o 7h, tive que pegar o 7h30, que saiu do bairro 7h50. Cheguei no trabalho 8h30”.

Transferência das linhas

No mês passado, o juiz Jorge Martins Alves, da 4ª Vara Cível de Petrópolis, determinou a transferência das linhas operadas pela Cascatinha para outras empresas da cidade. O magistrado atendeu a um pedido da Prefeitura, que apontou diversos problemas na viação, inclusive, a falta de motoristas em número satisfatório.

Mesmo sendo um pedido do município, a Prefeitura ainda não tinha um planejamento sobre o que seria feito. Este, só foi divulgada um dia antes do vencimento do prazo dado pelo juiz. As linhas da Estrada da Saudade iriam para a Cidade das Hortênsias; do Retiro, para a Turp; e a Vale dos Esquilos para a Cidade Real. Comunidades com difícil acesso seriam atendidas por vans até a via principal.

A Polícia Militar disse que agentes do 26º Batalhão (BPM) acompanharam a manifestação e que, de acordo com o comando da unidade, uma pessoa foi detida por desacato após ter insultado integrantes da guarnição.

“O manifestante estava bastante exaltado e não obedeceu o pedido para que mantivesse uma distância dos agentes. O mesmo tentou agredir os militares que fizeram uso de armamento de menor potencial ofensivo (agente químico) para imobilizar o indivíduo que foi conduzido à delegacia da região (105ª DP)”, diz a nota.

A Tribuna de Petrópolis aguarda retorno da Prefeitura e das empresas de ônibus.