Manifestação pacífica acontece no dia 15 de fevereiro, data que marca um ano da tragédia em Petrópolis
Moradores da servidão Frei Leão, no Alto da Serra, do Vila Felipe, 1º de Maio, Chácara Flora e Sargento Boening estão organizando uma manifestação pacífica no dia 15 de fevereiro, data que marca um ano da primeira tragédia em Petrópolis.
A concentração acontecerá às 15h e a saída às 16h na Praça da Inconfidência, passando pela Rua do Imperador e a Rua da Imperatriz, com destino à Câmara Municipal. Além disso, a manifestação vai contar com o apoio da Polícia Militar e da Guarda Policial.
O dia 15 de fevereiro de 2022 jamais sairá da memória das vítimas e dos petropolitanos. A tragédia deixou 242 vítimas fatais no município. Nos locais considerados o epicentro da tragédia, como a servidão Frei Leão e o Morro da Oficina, ainda é possível perceber o descaso e as marcas do temporal.
Cristiane Gross morou na servidão Frei Leão por 31 anos em uma casa de três andares, levada pelo temporal. Na ocasião, ela perdeu nove familiares e uma vizinha. Cristiane, que está à frente da manifestação, conta, emocionada, que é importante realizar esse evento em nome de todas as pessoas que morreram por conta da tragédia.
“Que essas vidas não tenham sido em vão. Que sirva de aviso, de alerta para que outras tragédias não aconteçam. A nossa missão é chamar a atenção do poder público para reconstrução e prevenção nos bairros e encostas.”, conta Cristiane.
Para ela, que sentiu na pele a dor de perder entes queridos, mesmo depois de tanto tempo, muito pouco foi feito por Petrópolis – que está abandonada, principalmente nos bairros, colapsados. “Onze meses e não foi feito nada. Há somente projetos fictícios e fantasiosos que não saem das cabeças desses políticos.”, desabafa.
Vítimas querem respostas
Os manifestantes irão às ruas em fevereiro com o objetivo de impedir que a tragédia caia no esquecimento do poder público e, sobretudo, para cobrar pelas moradias que foram prometidas às vítimas de 2011 e futuros projetos para as vítimas de 2022; limpeza dos locais e bairros atingidos, que ainda se encontram com escombros; obras de contenção em locais de risco; resposta sobre o sumiço do corpo do Lucas Rufino, vítima do soterramento no Morro da Oficina; respeito e dignidade para todas as vítimas que morreram na tragédia e as que seguem lutando e dependendo do sistema público; seguridade na manutenção do aluguel social do município e do programa de assistência à saúde mental para todas as famílias resilientes de tragédias socioambientais no município.