Manifesto em favor do tombamento da Casa da Morte é assinado pela Rede de Sítios de Memória Latino Americanos e Caribenhos

Foi protocolado nesta quarta-feira (14), na Prefeitura de Petrópolis, um manifesto em favor do tombamento da Casa da Morte assinado pela Rede de Sítios de Memória Latino Americanos e Caribenhos, a Reslac, em encontro realizado no último mês, na Colômbia. A rede se une a outras entidades que apoiam o tombamento do imóvel, usado como local de tortura durante o Regime Militar. Na próxima quarta-feira (21), o Conselho Municipal de Tombamento Histórico Cultural e Artístico votará o pedido de tombamento. 

Ao todo, 11 países foram representados no encontro onde foi debatida a necessidade de apoio ao movimento que pede o tombamento da casa situada na Rua Arthur Barbosa, 50, no Caxambú. O tombamento é um dos passos para se garantir a preservação do imóvel e transformá-lo em um centro de Memória e Verdade. “É um local onde houve violações graves contra os Direitos Humanos. Precisamos preservar estes locais para que as futuras gerações tenham conhecimento desta parte da História”, apontou Maurice Politi, do Núcleo de Preservação da História Política, uma das entidades que participam da Reslac. “Sabemos que o processo de tombamento não é simples, já que não pode atender o interesse de apenas uma pessoa. Mas esperamos que o prefeito [Bernardo Rossi)] dê agilidade neste tombamento.”, disse. 

“É de conhecimento público, e recomendado pelas investigações da Comissão Nacional da Verdade, que o imóvel localizado na Rua Arthur Barbosa, 50 (antigo número 668-A), no bairro de Caxambu dessa cidade e objeto deste processo, foi, durante a ditadura militar, um centro clandestino de tortura, execução e desaparecimento forçado de presos políticos…” “Cumprindo com os fundamentos e princípios reitores da Justiça Transicional, é imperativa a necessidade de esclarecer os crimes cometidos no passado, combatendo a impunidade e dando passos concretos para que tais ações não voltem a se repetir. Nesse sentido, os membros da RESLAC, reunidos recentemente na cidade de San Carlos de Antioquia, na Colômbia, consideraram o caso como de suma importância para o Brasil e para região”, diz um trecho do documento.

Segundo Roberto Schiffler, da Comissão Municipal da Verdade, CMV-Petrópolis, é de grande importância o apoio da Reslac, assim como demais entidades internacionais como a Anistia Internacional e entidades como o movimento Tortura Nunca Mais e até mesmo o Ministério Público Federal em favor da causa. “É um somatório de forças que mostram a importância do tombamento definitivo do local”, disse. 

Em relação ao processo de tombamento, a Prefeitura de Petrópolis, por meio de nota, informou que “o Conselho Municipal de Tombamento Histórico Cultural e Artístico vem cumprindo o cronograma de trabalhos acerca do pedido de tombamento do referido imóvel. O Conselho está em análise final do processo para que o assunto seja apresentado e submetido a votação na próxima reunião do CMTHCA, na quarta-feira (21.11)”.