Mariana Ximenes celebra papéis nos seus 25 anos de carreira

11/10/2023 07:01
Por Daniel Silveira / Estadão

Em Amor Perfeito, ela foi Gilda, a vilã ambiciosa e capaz de qualquer coisa para conquistar o que queria, inclusive atirar no marido e acusar a enteada do crime – tudo isso no primeiro capítulo da novela. Celebrando 25 anos de carreira, Mariana Ximenes coleciona personagens que estão na lembrança das pessoas de todo o País, como a doce Celi, de Andando nas Nuvens (Euclydes Marinho, 1999), a espevitada Bionda de Uga Uga (Carlos Lombardi, 2000), a viuvinha Ana Francisca de Chocolate com Pimenta (Walcyr Carrasco, 2003) e, mais recentemente, Capitu, personagem icônica da literatura brasileira no filme Capitu e o Capítulo de Júlio Bressane.

A carreira na TV começou aos 17, quando a atriz estreou em Fascinação, novela de Walcyr Carrasco, autor com quem trabalharia novamente interpretando sua primeira protagonista e um de seus papéis mais marcantes, Ana Francisca. Aos 42 anos, Mariana celebra os muitos personagens em novelas, filmes, minisséries e no teatro. “Outro dia, fui ao aniversário de uma amiga e o irmão dela falou comigo: ‘Gosto de você desde Bionda'”, diz em entrevista ao Estadão. E assim ela se deu conta, mais uma vez, de quantos trabalhos já tinha feito.

Sucesso de audiência desde a primeira exibição, há 20 anos, a novela é um marco na carreira de Mariana. E, enquanto era exibida no horário das 14h – nova faixa da Globo para reprises -, a atriz também podia ser vista em Amor Perfeito.

Gilda não foi a primeira vilã de Mariana – a atriz deu vida a Clara de Passione novela de Silvio de Abreu, em 2010. Mas ela conta que teve bastante trabalho para construir a madrasta má de Amor Perfeito. “Vilãs são desafiadoras e Gilda tinha muitas camadas”, começa.

Mariana lembra que, quando foi convidada para Gilda, chegou a comentar com os autores (Duca Rachid e Elisio Lopes Jr.) o quanto seria desafiador viver a vilã, que já no primeiro capítulo mostrou toda a maldade de que era capaz. A atriz revela trabalhar, há 15 anos, ao lado da psicanalista Katia Achcar, que a ajuda a construir suas personagens. “Ela me auxilia muito a entender o comportamento humano, a gente sabia que Gilda teve uma infância difícil, não recebeu amor e tinha escapado de uma casa de prostituição”, diz.

Ainda sobre Gilda, a atriz conta que foi importante ver como ela também amadureceu ao longo da novela. “De vilã pérfida, fria, ela foi se modificando e se apaixonou”, afirma.

Voltando ao passado, um dos primeiros trabalhos de Mariana Ximenes na Globo foi no especial Sandy & Junior, exibido no final de 1998, em que a atriz interpretava Vicky, estudante bolsista da escola que era o principal cenário da produção. O programa, piloto da série, contava a história de uma menina que sofria bullying por ser pobre. “Eu estava no terceiro ano do Ensino Médio e não podia faltar à aula, minha mãe só me deixou fazer se eu não faltasse.”

Uma curiosidade da carreira de Mariana foi o fato de a atriz reproduzir duas cenas clássicas do cinema, sendo uma delas vivida duas vezes. A primeira aconteceu justamente no piloto de Sandy & Junior, quando ela teve um momento Carrie, A Estranha, tomando um banho de tinta. A cena se repetiu em Chocolate com Pimenta, quando Ana Francisca é humilhada em um baile, na primeira fase da novela.

GRATIDÃO

Outra cena clássica, que também aconteceu na novela de Walcyr, foi a reprodução de …E o Vento Levou, quando Ana Francisca promete se vingar de todos que a humilharam. “Eu assisti a …E O Vento Levou quando tinha 12 anos e, como queria ser atriz, sempre procurei saber dos clássicos”, recorda. “Sou muito grata ao Walcyr, ele me deu minha primeira protagonista.”

“Minha formação de atriz e vida adulta foram no Rio, na Globo, e isso é muito especial”, conta, relembrando nomes com quem trabalhou e que se tornaram amigos, como Laura Cardoso, Ary Fontoura, Osmar Prado, Marco Nanini (que viveu seu pai em Andando nas Nuvens).

Entre os papéis marcantes, Mariana também lembra de seu trabalho como Anna Júlia, personagem do clipe da música de mesmo nome da banda Los Hermanos, quando o grupo carioca ainda estava no início da carreira. “Eu tinha 17 anos, me mandaram uma fita demo, coloquei no toca-fitas e pensei: ‘Meu Deus isso é muito bom, vou fazer’. Foi lindo, um sucesso estrondoso, e, até hoje, quando tocam numa festa, me chamam no palco”, se diverte.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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