Marta quer disputar Paris-2024, mas prevê aposentadoria da seleção brasileira

25/abr 12:06
Por Estadão

Marta deixará a seleção brasileira. Aos 38 anos, a maior jogadora da história do futebol feminino prevê a aposentadoria do time nacional no final deste ano. A jogadora do Orlando Pride é a atleta com mais gols com a camisa do Brasil, entre homens e mulheres: balançou as redes 114 vezes. Ela é a segunda com mais partidas na seleção feminina, com 181 jogos, 53 a menos que Formiga.

Antes disso, porém, a camisa 10 quer disputar os Jogos Olímpicos de Paris. Será a última chance de Marta ser campeã olímpica com a seleção. O melhor resultado dela em Olimpíadas foram as medalhas de prata em Atenas-2004 e Pequim-2008. Em Paris-2024, o futebol brasileiro será representado apenas pelas mulheres. O time masculino não conseguiu a vaga.

“Se eu for para a Olimpíada, vou curtir cada momento, porque, independentemente de estar lá ou não, este é meu último ano com a seleção. Não tem mais Marta a partir de 2025 na seleção como atleta. Tem um momento em que a gente tem que entender que chegou a hora. Eu estou muito tranquila em relação a isso, porque eu vejo com muito otimismo esse desenvolvimento que a gente está tendo com relação às atletas jovens”, disse ao programa “CNN Esportes S/A”.

Conforme o plano de Marta, a Copa do Mundo 2023 foi a última disputada por ela. O Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos. Entretanto, a história da jogadora fica marcada como a maior artilheira do torneio, com 17 gols em 20 partidas em Mundiais.

Já era esperado que 2023 fosse a última edição de Marta. Pela primeira vez desde que ela integrou o elenco, o Brasil estreou sem a meia-atacante no time titular devido a problemas físicos. Durante o torneio, a jogadora confirmou que não tentaria uma sétima edição, número que somente sua antiga companheira de time, Formiga, alcançou. “Só ela conseguiu, e até hoje nunca me falou o segredo”, brincou Marta. “A gente também tem de pensar em outras coisas na vida”. A atleta já falou sobre o desejo de ser mãe.

Após a saída da técnica Pia Sundhage, Marta lamentou ter jogado pouco na Copa. Além disso, ela apontou que entrou fora da posição que a treinadora dizia que iria a escalar. A sueca ainda deixou Cristiane fora da lista para a Austrália e Nova Zelândia. Com Arthur Elias, tanto Marta foi mantida, quanto Cristiane também voltou ao time. Segundo o técnico, ambas mereceram a convocação. As duas estiveram juntas no terceiro lugar do Brasil conquistado na SheBelieves Cup no começo de abril.

Na fase final da carreira, Marta assumiu o compromisso de deixar um legado para novas atletas. Para ela, a aposentadoria da seleção não significa queda de qualidade, já que confia nas jogadoras que irão continuar. “A gente tem uma equipe muito qualificada, com meninas talentosas. No decorrer dos anos, vocês vão ver que realmente é o que eu estou falando, é um terreno muito fértil. Por esse motivo, eu me sinto muito confortável em dizer: ‘Olha, estou passando para vocês, vou passar o bastão, e vocês continuem a levar esse legado'”, avaliou a capitã da seleção.

Ela foi eleita melhor jogadora do mundo cinco vezes (2006, 2007, 2008, 2009 e 2018). É bicampeã dos Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007) e tricampeã da Copa América (2003, 2010 e 2018). Em 2007, Marta foi melhor jogadora e artilheira da Copa do Mundo.

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