‘Matilda’ canta o poder da imaginação na infância

23/10/2023 08:37
Por Dirceu Alves Jr., especial para o Estadão / Estadão

A atriz e cantora carioca Fabi Bang, de 39 anos, é expansiva, falante, intuitiva e brincalhona. A paulistana Myra Ruiz, de 30, também atriz e cantora, é tão talentosa quanto a colega, porém tímida, reservada e de uma autoexigência ímpar quando o assunto é a técnica. As duas conheceram o sucesso com o musical Wicked em 2016 como, respectivamente, a feiticeira boazinha Glinda e a esquisita Elphaba, a bruxa má do Oeste.

Desde o primeiro contato, nos ensaios iniciais, lá no fim de 2015, nasceu uma parceria de vida que encantou um fã-clube crescente e rendeu outros trabalhos. As estrelas agora voltam a contracenar em Matilda – O Musical, espetáculo de Dennis Kelly e Tim Minchin, inspirado no romance do escritor inglês Roald Dahl (1916-1990), em cartaz no Teatro Claro SP, no Shopping Vila Olímpia. Sob a direção-geral de John Stefaniuk, direção musical de Vânia Pajares e coreografias de Peter Darling, a versão brasileira apresenta quatro atrizes mirins em revezamento no papel-título: Luísa Moribe, de 12 anos, Belle Rodrigues, Mafê Diniz e Maria Volpe, as três com 10 anos.

Matilda é uma garota destratada pelos pais que supera a infelicidade do cotidiano com a paixão pelos livros e a força da imaginação. A história já foi levada às telas duas vezes. O comediante Danny DeVito dirigiu e atuou em um longa de 1996 ancorado no romance de Roald Dahl e, em 2020, uma adaptação do musical foi produzida pela Netflix sob a direção de Matthew Warchus com, entre outros, Emma Thompson no elenco.

Desafios

Mesmo não sendo as protagonistas absolutas, Fabi Bang e Myra Ruiz interpretam personagens fundamentais na história. “Essas quatro meninas é que carregam o show nas costas”, reconhece Fabi. Desta vez, tudo será mesmo diferente e os fãs da dupla serão surpreendidos com uma proposital inversão de papéis. Fabi assume a dramaticidade da Srta. Honey, a professora sofrida que ajuda Matilda em sua descoberta do mundo e, assim, compreende melhor a si mesma.

Myra, por sua vez, é a Sra. Wormwood, a fútil e desnaturada mãe da garota, uma perua cheia de excessos que culpa a filha por ter deixado para trás seus sonhos. “Eu nunca tive a chance de explorar a faceta do drama, assim como a Myra jamais exerceu o humor, e acho bom demonstrar versatilidade porque senão acabamos limitadas àquela caixinha de uma só personagem”, afirma Fabi.

Myra confessa que enfrentou uma certa resistência inicial ao abraçar a Sra. Wormwood. “Eu disse não, ‘não tem nada a ver comigo, será que vou dar conta’, mas me apaixonei pela personagem nas primeiras cenas e já fui para a audição montada no figurino colorido”, conta a atriz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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