Maxwell, o mundo da Rocinha na Galeria
Há quatro anos, o jovem artista carioca Maxwell Alexandre, de 30 anos, estava em seu ateliê na Rocinha desenhando alguns autorretratos sobre papel pardo quando o conceito “pardo”, alusão à cor negra, tratada como eufemismo em documentos oficiais, motivou uma série de painéis sobre afrodescendentes – e não só brasileiros, mas estrangeiros, como a cantora Nina Simone, um de seus personagens de sua primeira individual em São Paulo. Pardo é o Papel, que recebeu nada menos que 60 mil visitantes no Museu de Arte do Rio, em 2019, já passou até pela badalada galeria Zwirner de Londres.
As referências de Maxwell Alexandre são muitas. Nos painéis de grandes dimensões agora expostos no Instituto Tomie Ohtake há desde os garotos da Rocinha que tingem os cabelos de loiro e dançam funk até policiais que surgem do nada em meio a uma multidão de desvalidos, passando pela vereadora Marielle Franco, um ícone contra a intolerância.
Não é mais o mundo idílico das “mulatas” sensuais de Di Cavalcanti, mas o da truculência contra os afrodescendentes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.