Medalhista levantadora de peso participa da Tenda Olímpica em Petrópolis
A atleta Aline Campeiro, medalhista do PAN 2006 na categoria de levantamento de peso, esteve na Tenda Olímpica de Petrópolis durante a manhã de hoje (22), conversando com estudantes da rede pública e privada. Em entrevista à Tribuna, ela falou do preconceito que sofre no esporte por ser mulher e lamentou que a Confederação Brasileira de Esporte (CBE) não tenha selecionado a melhor atleta na categoria hoje, Bruna Pilota, para competir nas Olimpíadas.
A atleta que trouxe a primeira medalha na categoria para o feminino, no PAN 2006, chegou às 10h na Tenda e passou o dia conversando com alunos, contando sua história de vida e as experiências que teve com o esporte: “Na idade de vocês eu já tinha visitado três países. Você conhece outras culturas, experimenta outras comidas, é muito enriquecedor”. A atleta também falou para os adolescentes da importância de praticar o esporte não só pela competição, mas pelo próprio esporte.
Aline, que começou no atletismo com 13 anos, falou do preconceito que sofreu desde que começou a praticar o levantamento de peso em 2004 e ainda sofre: “Por ser um esporte tipicamente masculino, a gente sofre muito preconceito. Minha mãe não queria que eu praticasse! (risos) Mas o preconceito não é nas ruas – pelo contrário, recebemos muito carinho do público -, o preconceito vem de dentro do esporte mesmo”, contou.
A medalhista este ano não competirá nas Olimpíadas, mas tem um forte desejo: “Eu queria que a partir das Olimpíadas o Brasil saísse da posição de participar dos jogos e passasse, de fato, a competir”, disse referindo-se às posturas da CBE, com as quais não concorda. “Infelizmente, a melhor atleta na categoria hoje, Bruna Pilota, não vai participar das Olimpíadas por causa de politicagem. É esse tipo de coisa que fere o Espírito Olímpico”, disse.
Hoje Aline Campeiro tem um projeto no Engenho Novo, no Rio de Janeiro, a Escola de Levantamento de Peso Aline Campeiro, que atende a 20 alunos. Ela parou de competir em 2014 e deixou o trabalho de treinadora da seleção em 2015.