Mediana para IPCA 2024 sai de 4,25% para 4,26%, aponta Focus

02/set 08:54
Por Eduardo Rodrigues / Estadão

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana consecutiva, de 4,25% para 4,26%, distanciando-se do centro da meta, de 3,00%. Um mês antes, era de 4,12%. O teto da meta deste é de 4,50%.

Já a estimativa intermediária para a inflação de 2025 caiu de 3,93% para 3,92%. Um mês antes, ela estava em 3,98%.

Considerando apenas as 54 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do mercado para o IPCA de 2024 passou de 4,27% para 4,26%. A projeção para a inflação de 2025 passou de 4,00% para 3,85%, levando em conta apenas as 54 atualizações no período.

No último ciclo de comunicações, o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses alcance 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.

O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no ano que vem, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 13ª e 61ª semana consecutiva, respectivamente.

Projeção suavizada

A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 3,83% para 3,87%. Um mês atrás, a taxa era de 3,72%. Essa medida deve ganhar importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.

O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, será considerado que o Banco Central descumpriu o alvo.

A meta continua tendo como centro 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Ela pode ser alterada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por iniciativa do ministro da Fazenda, mas é necessário aguardar um prazo de 36 meses para que uma mudança tenha efeito.

Curto prazo

O mercado revisou as projeções para a inflação nos próximos meses. A mediana do relatório Focus para o IPCA de agosto passou de 0,05% para 0,04%, contra 0,11% um mês antes. A estimativa intermediária para setembro foi ajustada de 0,27% para 0,30%, ante 0,21% quatro semanas atrás, enquanto a projeção para outubro foi mantida em 0,30%, mesmo nível de um mês antes.

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